Tirso Meirelles diz que fala de Dória sobre carro elétrico está equivocada

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de abril de 2018 às 07:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:39
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O agricultor e vice-presidente da Faesp mostra com muitos números equívoco do prefeito de São Paulo

O prefeito de São Paulo João Dória nos últimos dias tem abordado o tema do carro elétrico, defendendo que o futuro da mobilidade urbana é a eletrificação, descartando o etanol.

O Vice-Presidente da FAESP, Thyrso de Salles Meirelles pondera que este ponto de vista está incorreto e incompleto. 

Ele esclarece que “no Estado de São Paulo, a atividade canavieira é uma das principais empregadoras/geradoras de trabalho, tanto no setor agrícola, como no conjunto das agroindústrias.”

Ele também afirma que “o setor sucroalcooleiro é responsável por gerar energia mais limpa em automóveis que usam o etanol na sua composição. No Brasil, a cana tem contribuição para a bioeletrecidade. Isso porque ela tem alto teor de fibras (especialmente com o bagaço). Esse resíduo é chamado de biomassa, e é usado em usinas como combustível para gerar energia e vapor. O Brasil teria condições de produzir, com cana-de-açúcar, energia equivalente à produzida pela usina de Itaipu”, acrescenta.

O setor sucroenergético detém hoje em torno de 7% da potência outorgada no Brasil e 78% da fonte biomassa, sendo a terceira fonte de geração mais importante da nossa matriz elétrica. 

O Estado que mais gerou bioeletricidade, em 2016, foi São Paulo, segundo dados de Boletim de setembro de 2017 da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA). 

A energia elétrica produzida através do bagaço da cana-de-açúcar poderia poupar até 5% das represas no período mais crítico da estiagem, evitando o risco de racionamento.

“Também os biocombustíveis fabricados com a cana de açúcar podem entrar na rota da eletrificação, sendo inclusive mais limpos que outros tipos de combustíveis usados em baterias para carros elétricos” conclui.


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