Testes da vacina contra vírus da zika começam em janeiro no Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de janeiro de 2018 às 00:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:31
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

País foi pioneiro na descoberta dos efeitos da zika e agora procura voluntários para testes da vacina

O Brasil, que foi pioneiro na descoberta dos efeitos da zika, agora quer contribuir para a prevenção da doença. Começam ainda neste mês de janeiro os testes da vacina contra o vírus.

O vírus da zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue, febre amarela e chikungunya. E é nesta época de calor que o perigo aumenta, porque o mosquito se reproduz mais rápido.

Em Belo Horizonte, o Hospital das Clínicas está recrutando voluntários para testar uma vacina que pode proteger contra a doença. A vacina está sendo desenvolvida nos Estados Unidos, paga pelo governo americano, e vai ser testada em 21 centros de pesquisas no mundo que participam da força-tarefa, como o do Hospital das Clínicas.

Os candidatos têm de ter entre 15 e 35 anos e boa saúde. As mulheres não poderão engravidar por dois anos, que é o tempo em que os voluntários terão acompanhamento médico. “Eles vão fazer tanto exames médicos como exames físicos, coleta da história médica e exames laboratoriais, exames de segurança, que são exames de monitoramento do fígado e do rim”, explica a pesquisadora-chefe do projeto, Flávia Andrade.

Ao contrário de vacinas produzidas com o próprio vírus, a da zika só tem o DNA dele, e não produz infecção. “Ela é mais segura no sentido de que as pessoas, mesmo que tenham qualquer doença que comprometa o sistema imunológico, possam tomar também”, informa o coordenador do projeto, Rodrigo Correa de Oliveira. 

A vacina já foi testada em humanos e aprovada por comitês de ética nacionais e internacionais. O teste agora é para saber se a vacina não causa efeitos adversos, como febre e dor de cabeça. Ela só tem de induzir a produção de anticorpos. “Quanto mais rápido a população aderir aos testes e quanto mais rápido eles forem concluídos, mais rapidamente uma vacina promissora pode ser liberada para uso pela população em geral”, diz Flávia Andrade.

Enquanto a vacina não fica pronta, a ameaça continua: é preciso tomar muito cuidado e eliminar todos os possíveis focos de proliferação do mosquito, como caixas d’água destampadas, recipientes que possam armazenar água, entre outros. Já existe até um aplicativo para ajudar a acabar com os focos do mosquito. 


+ Saúde