Teste revela que vírus zika pode causar mais abortos que cientistas pensavam

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de julho de 2018 às 16:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:50
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Teste foi feito em macacos que apresentavam poucos sintomas após a infecção

O vírus da Zika pode causar
mais abortos em mulheres infectadas do que os cientistas pensavam
anteriormente. É o que diz um estudo colaborativo publicado na “Nature
Medicine” na última segunda-feira, 02 de julho.

O estudo feito com macacos constatou que 26% dos macacos
infectados com Zika durante os primeiros estágios da gravidez sofreram aborto
espontâneo ou natimorto, embora os animais apresentassem poucos sinais de
infecção. “Esta é a primeira vez que conseguimos demonstrar
categoricamente que o aborto espontâneo e o natimorto relacionados ao zika
ocorrem em primatas não-humanos que não apresentam sintomas”, disse Daniel
Streblow, um dos cinco principais autores do estudo.

A pesquisa sobre o zika já
havia medido abortos espontâneos e natimortos em mulheres que apresentavam
sintomas. Um estudo recente de mulheres infectadas descobriu que 5,8% sofreram
aborto espontâneo e 1,6% tiveram óbito fetal durante o primeiro trimestre. O
aborto envolve a perda de uma gravidez antes que o feto tenha crescido dentro
de um útero por 20 semanas, enquanto a natimortalidade ocorre após esse ponto.

O vírus da Zika é amplamente conhecido por causar o
nascimento de crianças com uma anomalia cerebral chamada microencefalia e
outras malformações. O maior número de casos de zika nos EUA foi relatado na
Flórida, Texas e Nova York, mas a maioria dos outros estados – incluindo o
Oregon – também experimentaram casos. Os sintomas em humanos incluem febre,
erupção cutânea, dor de cabeça, dores articulares e musculares, bem como olhos
vermelhos.

O Brasil viveu um surto de casos de zika entre 2015 e
2016. Desde o início do registro das más-formações associadas ao vírus da zika
no Brasil (novembro de 2015), o país teve 351 mortes provocadas por infecção
pelo vírus, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (que
contabilizou dados até 14 de abril de 2018).

A
Universidade de Saúde e Ciência de Oregon fez uma parceria com outros cinco
centros americanos de pesquisa de primatas para examinar a questão em um total
de 50 primatas não- humanos. Os cientistas estudaram especificamente os macacos
mulatta para este trabalho.


+ Ciência