TERRA DEVASTADA (III)

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 10:25
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:06
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   É mensal a publicação da “Enfoque”. Assim, o tempo decorrido atropela e modifica os assuntos com fatos novos, repentinos e inesperados – entre uma e outra publicação.

   Embora a situação política e econômica do país se apresentasse caótica e de desenlace previsivelmente moroso e complicado, fomos surpreendidos. Hoje os fatos novos precipitaram os acontecimentos. Em edição anterior, mencionei S.S. Eliot, lembrando o marco aterrador da poesia do século XX, obra única que “condensa o medo, a alienação e a desilusão que acometeram o Ocidente após a Primeira Guerra Mundial”.

   O título “Terra Devastada” é influenciado por Eliot e por “Mariana” – a maior tragédia acontecida no Brasil, quando a barragem do Fundão se rompeu e derramou um mar de lama que se espalhou por cidades de Minas Gerais e até o litoral do Espírito Santo. Também me referi a “Paraíso Perdido”, tema de históricas obras de autores extraordinários que descreverem as lutas e aflições com as mais agudas tintas das dores humanas. E acrescento a matéria “Paraíso Perdido”², lúcida, explícita e incontestável denúncia de J. R. Guzzo à desastrosa política econômica do ex-presidente Lula e a ladroagem que campeou livremente. E conclui que, hoje, a “…guerra é aqui”.

   Vale relacionar as imagens descritas por Eliot às recentes da devastação de Mariana. E a desolação dos moradores -que tudo perderam- ao sofrimento horrível ao desengano na “…agonia de uma esperança”¹ de um a vida de normalidade, natural aos seres humanos.

   E também nos dias atuais vale também, intensa e gravemente, o nível de violência ética instaurado pelos últimos acontecimentos. As seguidas e maciças manifestações populares exigindo a renúncia da “presidenta” e que sejam recolhidos às penitenciárias os lambrecados pelo “mar de lama”, os autores do maior nível de corrupção que sangrou o país.

¹Simone de Beauvoir – ²Revista “Veja” (13.jan.16)

*Esta coluna é semanal e atualizada às quintas-feiras.


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