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Universidade de Cambridge diz que não prestamos atenção à capacidade das taças em bares e restaurantes
Aquela inofensiva taça de vinho que tomamos de vez em quando talvez não seja tão inofensiva assim.
Um novo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, sugere que o tamanho do recipiente em que a bebida é servida influencia o quanto nós bebemos: maior copo, maior o consumo.
O time de pesquisadores reuniu dados de diversos estudos conduzidos nesses tipos de estabelecimentos entre 2015 e 2018, e organizou uma grande análise.
Tudo isso para fazerem uma estimativa mais confiável do efeito do tamanho de uma taça sobre as vendas de vinho em bares e restaurantes,
Copos de 300ml foram usados como referência para as comparações.
Os cientistas observaram que, em restaurantes, uma vez que a capacidade de uma taça aumente para 370ml, as vendas de vinho aumentam 7,3%.
Já quando os recipientes diminuem para 250ml, as vendas caem 9,6% – mas este segundo dado continua incerto por causa do intervalo de confiança da pesquisa.
O estudo ainda demonstrou que quando a taça atinge a marca de 450ml, não há diferenças de venda em comparação à quando são usadas taças de 300ml.
Mark Pilling, pesquisador sênior associado do Hub de Métodos de Pesquisa (CRMH) e na Unidade de Pesquisa em Comportamento e Saúde da Universidade de Cambridge, fez uma observação.
Ele deduziu que, quando compram garrafas ou jarras, consumidores tendem a encherem suas taças com mais vinho do que a quantidade padrão que um garçom serviria, por exemplo.
“Se essas porções maiores ainda são percebidas como ‘uma taça’, então esperaríamos que as pessoas comprassem e consumissem mais vinho com taças maiores”, disse o pesquisador em um comunicado.
A questão é que os clientes podem não perceber pequenas diferenças de tamanho nas taças de bares e restaurantes, e acreditar que os recipientes de 350ml e de 250ml são do tamanho padrão de 300ml – quando, na verdade, estão tomando quantidades diferentes de vinho em cada um desses casos.
“Por outro lado, taças muito grandes, como a de 450ml, são visivelmente maiores, então os consumidores podem ter tomado medidas conscientes para reduzir a quantidade que eles bebem, como beber mais devagar ou se servir com mais cautela”, adicionou Pilling.
A pesquisa trouxe resultados que já haviam sido observados por estudos anteriores, como baixas nas vendas de vinho em dias mais quentes e altas em sextas-feiras e sábados.
Porém, ao combinarem dados de vários experimentos, os especialistas não encontraram diferenças significativas nas vendas de vinho a partir dos tamanhos das taças em bares, o que contraria uma pesquisa anterior.
Avaliado como o sétimo maior agente de mortes precoces ao redor do mundo, o álcool deve ser consumido com moderação.
No entanto, os tamanhos das taças de vinho cresceram quase sete vezes nos últimos 300 anos.
Desde 1990, o consumo de vinho quadruplicou na Inglaterra, embora o número de consumidores se mantivesse constante.
“Se quisermos enfrentar os efeitos negativos do álcool de maneira séria, então precisaremos entender os fatores que influenciam o nosso consumo”, afirmou Theresa Marteau.
Ela é diretora da Unidade de Pesquisa em Comportamento e Saúde da Universidade de Cambridge e coautora do estudo.
Para ela, as descobertas podem orientar legislações que restrinjam a ingestão de álcool em refeições fora de casa.