Superlua de abril é atração de encher os olhos; saiba mais eventos de 2020

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de abril de 2020 às 15:10
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:34
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O fenômeno ocorre quando o satélite natural está mais próximo da Terra e coincide com a fase da lua cheia

Em mais um evento astronômico de 2020, a terceira superlua do ano está prevista para iluminar a noite de 7 de abril, a partir das 23:35. 

Em tempos de coronavírus e isolamento social, o fenômeno é uma distração acessível para todos os brasileiros que estão de quarentena: a superlua poderá ser vista de casa, a olho nu.

O fenômeno ocorre quando o satélite natural está mais próximo da Terra e coincide com a fase da lua cheia. 

A distância da terceira superlua do ano será de, aproximadamente, 356,908 km da Terra. Ainda, durante o evento, a Lua costuma parecer 7% maior e 15% mais brilhante.

A última superlua deste ano aconteceu em março. Depois de abril, a previsão da próxima super lua será em maio, no dia 9.

Desde 1948, 2016 foi o ano em que a Lua esteve mais próxima da Terra e ela não retornará a essa posição até 2034.

Outros fenômenos astronômicos de 2020

Eclipse lunar penumbral

Um dos eventos destacado pelo coordenador do projeto Astro&Física do Instituto Federal de Santa Catarina e professor Marcelo Schappo é o eclipse lunar penumbral que ocorrerá em 5 de junho. 

Esse não será visível no Brasil, mas exatamente um mês depois, no dia 5 de julho, está previsto outro eclipse lunar penumbral e esse poderá ser visto no país.

Segundo o professor, muitas pessoas confundem o eclipse lunar penumbral com o parcial.

“A diferença é que, no parcial, uma parte do disco da Lua entra na sombra da Terra. Já no penumbral, uma parte do disco da lua entra na penumbra da Terra, que é uma região mais iluminada do que a sombra”.

“Então fica um pouco mais complicado perceber a olho nu quando o penumbral é pouco intenso. Esse penumbral de julho será de cerca de 40%, então talvez dê para acompanhar algum obscurecimento da face da Lua”, acrescenta.

Outro eclipse penumbral está previsto para o dia 30 de novembro. “No Brasil, só veremos a parte inicial desse eclipse, porque a Lua estará se pondo quando ele começar”. 

“Quem estiver no Norte do país, em um lugar próximo da divisa a Oeste com os outros países da América do Sul, terá a chance de vê-lo por mais tempo”, informou o pesquisador.

Eclipse solar

Neste ano, teremos dois eclipses relacionados ao Sol. O do dia 21 de junho não será visível no Brasil.

“Esse será um eclipse muito bonito de se ver porque é o chamado anular. Ele ocorre quando a Lua entra na frente do Sol, mas não completa o obscurecimento dele”. 

“Fica um anel de luz e fogo ao redor do Sol. Será ótimo de ser visto em uma faixa do continente africano”, diz Schappo.

No dia 14 de dezembro haverá um eclipse solar total, que ocorre quando a Lua passa pela frente do Sol e obscurece completamente o disco solar.

“A faixa de observação da totalidade do eclipse será no Sul da América do Sul. Argentina e Chile serão os melhores locais para a observação”, informa o astrônomo.

No Brasil, esse eclipse será percebido de forma parcial, com a Lua escondendo apenas um pedaço do Sol. Quem estiver na Região Sul do país terá melhores condições de observar essa parcialidade, que ocultará de 60% a 70% do disco solar.

“Para quem estiver mais ao Norte, esse percentual será menor. Brasília, por exemplo, verá uma cobertura de cerca de 20%”, completou o astrônomo que faz um alerta: 

“É fundamental adotar alguns cuidados para ver eclipses solares. Jamais olhem diretamente para o Sol”.

Segundo ele, “independentemente da parcialidade, o eclipse solar é algo perigoso de se olhar sem a devida proteção”. 

Para fazer a observação, a possibilidade mais barata é ir a uma loja de construção ou de ferragens e procurar por um vidro de soldador, de tonalidade 14. 

Basta colocar o vidro na frente dos olhos para fazer a observação do Sol, tanto durante quanto fora do eclipse.

Outra possibilidade citada por Schappo são as observações indiretas, por meio da projeção de uma sombra do eclipse em uma superfície.

“Isso pode ser feito com a ajuda de um físico ou de um observatório astronômico, caso haja na cidade. Em geral, esses profissionais sabem bem como montar esse sistema de observação indireto”.

Ocultação de Marte

No dia 9 de agosto, entre as 5h20 e as 6h20 (horário de Brasília), terá a chamada ocultação de Marte. “Essa é bem interessante. A Lua passará na frente do planeta Marte. É quase como se fosse um eclipse”.

Os fenômenos envolvendo os dois corpos celestes não param por aí. “Lua e Marte estarão praticamente coladinhos no dia 6 de setembro, por volta da 0h30”, o que, segundo Schappo, também é um fenômeno interessante de ser visto.

Chuvas de meteoros

A madrugada entre 13 e 14 de dezembro terá outro evento astronômico bastante interessante: o ápice da chuva de meteoros chamada de chuva de Gemenídeas.

“Será a melhor chuva de meteoros do ano, com uma taxa de 150 meteoros a cada hora”.

Popularmente conhecido por estrelas cadentes, os meteoros poderão ser vistos com facilidade, principalmente a partir de lugares mais escuros. 

“Basta olhar para o céu durante um longo período de tempo. O ideal é se afastar das luzes da cidade”. 

“A oportunidade estará associada a uma lua nova, que estará apenas 0,6% iluminada. Isso contribuirá muito para percebermos o fenômeno”, completou o astrônomo.


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