Só 0,027% dos consumidores aderem à tarifa branca no 1º mês

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de março de 2018 às 14:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:37
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Em janeiro, houve apenas 1.228 pedidos para inclusão no programa que reduz custo da energia consumida

As distribuidoras de energia
receberam em janeiro 1.228 pedidos de adesão
à tarifa branca, programa que permite ao consumidor pagar mais barato pela
energia consumida fora do horário de pico.

Esse número representa apenas 0,027% dos 4,5 milhões de
consumidores aptos a participar em 2018, primeira fase do programa.

A tarifa branca começou a vigorar em janeiro e, até o
momento, as distribuidoras só possuem o balanço de adesões daquele mês.

Como funciona

O sistema foi criado para incentivar a redução do consumo de
energia nos horários de grande demanda e, assim, reduzir a necessidade de
investimentos no setor elétrico e de acionamento de termelétricas.

Pelo
sistema convencional, o custo da energia é o mesmo para o consumidor,
independente do horário em que ela é usada. Já quem adere à tarifa branca passa
a pagar um preço mais baixo que o da tarifa convencional pela eletricidade
consumida nos horários de baixa demanda – esse horário é diferente para cada
distribuidora mas varia, mais ou menos, entre 18h e 21h.

Por
outro lado, quando consumida dentro do horário de alta demanda, o custo da
energia é mais alto que o da tarifa convencional.

A liberação das adesões à tarifa branca está sendo feita de maneira
progressiva. Veja o cronograma:

2018: quem consome
mais que 500 kWh por mês.

A partir de janeiro de 2019: quem consome mais que 250 kWh/mês.

A partir de janeiro de 2020: todos os consumidores residenciais e de comércio terão acesso à tarifa
branca, exceto os de baixa renda, que hoje têm tarifa subsidiada e não teriam
vantagem com a mudança.

Segundo levantamento das
distribuidoras de energia elétrica, dos 1.228 clientes que aderiram à tarifa
branca 1.127 eram usuários do sistema convencional e pediram a mudança. Os
outros 101 são novas ligações, ou seja, clientes que foram direto para a tarifa
branca sem passar pelo sistema convencional. 

Falta de informação

Para o presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras
de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, a baixa adesão no primeiro mês não
surpreende. Segundo ele, ainda falta informação para o consumidor.

Para a
maioria das pessoas, disse Leite, o sistema não valerá a pena porque nem sempre
há a disposição ou a possibilidade de mudar os hábitos de consumo. Apesar da
baixa procura no primeiro mês, Leite lembrou que ainda estamos no início do
processo.

“Tem
um potencial para aumentar a adesão”, disse. Ele questionou, no entanto,
como a tarifa foi regulamentada, prevendo que consumidores obtenham vantagens
mesmo sem alterar sua rotina de consumo. “Tem um conjunto de consumidores
que será beneficiado com uma redução de tarifa sem fazer nenhum esforço. São
consumidores que já usam energia fora do horário de ponta”, ponderou.


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