Sintomas como cansaço e alterações de humor podem indicar início da andropausa

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  • Publicado em 4 de setembro de 2018 às 12:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:59
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Sinais geralmente começam a aparecer a partir dos 45 anos e exigem acompanhamento médico

Mais da metade dos homens brasileiros desconhecem o fato de que, com o passar dos anos, ocorre uma queda na produção do hormônio masculino, a testosterona, levando a sintomas como sensação de cansaço, depressão, alterações no humor, perda de massa muscular, aumento da gordura corporal – principalmente no abdômen –, falta de desejo sexual, tristeza, além de disfunções sexuais.

A constatação foi feita por meio de estudo da Sociedade Brasileira de Urologia. Na pesquisa, foram ouvidos 3,2 mil homens em oito capitais. Entre os entrevistados, 51% disseram nunca ter ido ao médico e 30% atribuíram os sintomas ao excesso de trabalho e ao estresse diário.

Esses sinais que geralmente começam a aparecer a partir dos 45 anos, podem indicar um problema mais grave: o distúrbio androgênico do envelhecimento masculino (DAEM), também chamado de hipogonadismo ou popularmente como “andropausa”, doença que atinge cerca de 20% dos homens acima dos 60 anos. Além do impacto na qualidade de vida, a diminuição dos níveis de testosterona – responsável por controlar as funções sexuais – como libido, potência e fertilidade – e preservar a aparência e a saúde do organismo masculino – pode causar complicações como obesidade, diabete, osteoporose, hipertensão e doenças cardiovasculares. “A partir dos 45 anos, os níveis de testosterona no organismo vão diminuindo normalmente, e, dependendo de vários fatores, como hereditariedade e condições de vida, essa redução pode se acentuar, provocando diversos tipos de reações”, observa o cirurgião geral e vascular Carlos Augusto Cruz de Araújo Pinto.

Segundo ele, há certos fatores que tornam o surgimento da andropausa mais precoce: tabagismo, alcoolismo e maus hábitos alimentares. De acordo com o especialista, não existe um tratamento específico, mas há maneira de compensar a falta de testosterona. “Nesse particular, a terapêutica hormonal de substituição ou os suplementos hormonais podem desempenhar um papel importante. Mas o primeiro passo para superar esses obstáculos é não demorar a buscar auxílio especializado”, completa Carlos Augusto.

Nova vida

Foi o que fez há quatro anos, o corretor de imóveis Sérgio Vanderlei Cintra, 62 anos, ao perceber excesso de cansaço, irritabilidade, vontade de se isolar e falta de libido. “Percebi que algo não estava bem, mas achei que somente pudesse ser estresse. Ao procurar o médico e a realização de exames, foi confirmado que meus níveis de testosterona estavam baixos e desde então, faço reposição hormonal”, conta.

O médico explica que a reposição hormonal masculina é indicada para tratamento da andropausa – o distúrbio hormonal causado pela baixa produção de testosterona no organismo durante a fase de envelhecimento. É necessária para saúde física e sexual do homem, além de trazer diversos benefícios, pois combate diretamente sintomas como perda do desejo sexual, dificuldade de ereção, depressão, irritabilidade, cansaço, alteração de humor e perda da massa muscular.

Sérgio diz que o tratamento vale à pena. “Voltei a me sentir um garotinho, cheio de disposição e vigor. Assim, quero viver mais uns 60 anos”, brinca. No entanto, Carlos Augusto é taxativo: “a reposição hormonal é indicada após os 45 anos somente mediante exames de sangue e caso os sintomas estejam intensos, trazendo desconforto ao paciente. E só o médico poderá atestar a necessidade do procedimento”, diz.