Universidades paulistas decidem manter greve de servidores por reajustes

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de junho de 2018 às 00:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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Reunião da última quinta terminou sem acordo: conselho ofereceu 1,5% de reajuste e servidores querem 12,6%

A reunião do Conselho de Reitores das Universidades
Estaduais Paulistas (Cruesp) com o Fórum das Seis – que reúne representantes
das entidades de servidores, professores e estudantes – terminou sem acordo na tarde
da última quinta-feira, 07 de junho.

O conselho manteve a proposta de reajuste de 1,5%,
já os servidores e professores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) pedem
reajuste de 12,6% para repor perdas acumuladas desde 2014. A próxima reunião
foi agendada para o próximo dia 13 de junho.

Na tarde da última quinta,
servidores, professores e estudantes fizeram um ato unificado em frente ao
local onde ocorreu a reunião do Cruesp. “Além da reivindicação pela reposição
salarial, a gente pede permanência estudantil, manutenção da creche, em defesa
de todos os hospitais universitários. É uma pauta ampla em defesa da
universidade pública e gratuita”, explicou Michele Schultz, diretora da
Associação dos Docentes da USP (Adusp) e professora da Escola de Artes,
Ciências e Humanidades da USP Leste.

Servidores das três universidades e
os professores da USP e da Unesp já declararam greve. Os professores da Unicamp
aprovaram estado de greve e a paralisação começou na quinta-feira, 07 .

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores
da USP (Sintusp) e integrante do Fórum da Seis, Magno de Carvalho, avalia que o
movimento deve se fortalecer com a negativa de uma nova proposta dos reitores.
“Estamos juntos para reivindicar perdas. Oferecer 1,5% é um absurdo”, criticou.
A proposta para as categorias da Unesp é de reajuste de 16,04%, pois eles não
receberam 3% de reajuste em 2016.

Estudantes

Os estudantes da USP também aprovaram
a greve. Entre as reivindicações, estão as políticas de permanência estudantil,
como bolsas de pesquisa, auxílio-moradia, além de bolsa alimentação. “Desde que
a gente conseguiu aprovar cotas, temos tentado avançar no sentido da
permanência para que os alunos consigam ficar na universidade sem sofrer tanto
com isso, que tenham suas necessidades básicas atendidas para que consigam
desempenhar sua função natural de estudante”, explicou Lucas Petrocino, diretor
de Extensão e Jurídico do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Em nota, o reitor da USP, Vahan
Agopyan, que preside o Cruesp, informou que o conselho propôs um acompanhamento
conjunto da situação orçamentária e financeira das universidades ao longo do
segundo semestre. Além disso, informou que foram atendidos itens da pauta geral
de reivindicação, como “a criação de dois grupos de trabalho: um para tratar de
assuntos específicos relacionados aos servidores celetistas e outro relativo à
temática da previdência”.


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