Sem apoio, Padre Ovídio encerra atividades da Pastoral no Jd. Aeroporto

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 11:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:29
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Anúncio foi feito no sábado, durante almoço de despedida: “Ficarão à mercê dos traficantes”, afirmou

Em uma nota triste, o conhecido religioso francano Padre Ovídio noticiou o fechamento do trabalho realizado pela Pastoral do Menor da Igreja Católica no Jardim Aeroporto III, que acolhia 150 crianças pelo projeto Contra Turno Escolar, vinculado à Secretária Municipal da Educação.

O motivo para isso é que a Prefeitura, através da secretaria, não realizou o chamamento público referente a este serviço, ou seja, não poderá, no ano que vem, repassar recursos públicos para suprir os atendimentos, que foram iniciados na gestão passada, com o prefeito Alexandre Ferreira (PSDB). 

“É Um serviço com mais de cinco anos que está sendo interrompido, deixando de salvar vidas”, lamentou Padre Ovídio.

Ele afirma ter aplicado até recursos que não poderia para manter o trabalho ativo, porém, não teria condições mais de postergar o fechamento do núcleo.

“Para todos está sendo uma facada no coração saber que, a partir do próximo ano, elas não poderão participar na Pastoral do Menor. As famílias foram avisadas no último sábado, quando servimos um almoço”, explicou o padre.

O encerramento deverá gerar problemas sociais no Jardim Aeroporto 3, bairro onde moram centenas de famílias em vulnerabilidade econômica e social.

“Foi muito triste ver mães e pais chorando porque não sabem como vão fazer, pois trabalham e não têm com quem deixar seus filhos. Estão à disposição do mundo do tráfico que hoje é muito forte, buscando crianças e adolescentes”, explicou Padre Ovídio.

O religioso destacou ainda a responsabilidade do poder público diante da situação.

“A sociedade precisa saber desta posição que o município está tomando ao deixar de atender nossas crianças. O Artigo 227 da Constituição Federal afirma que é prioridade absoluta o atendimento de crianças e adolescentes. Estão priorizando outras coisas. Onde vamos parar? A quem vamos responsabilizar por esta escolha errada que está sendo tomada?”, disse o padre.​


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