Segundo análise, mais seis cervejas da Backer estão contaminadas; confira a lista

  • Entre linhas
  • Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 09:43
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:16
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Contaminantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol foram encontrados em 8 produtos da cervejaria mineira

​Além da contaminação em garrafas das cervejas Belorizontina e Capixaba, os compostos químicos monoetilenoglicol e dietilenoglicol foram encontrados em mais seis marcas produzidas pela empresa mineira Backer. 

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), também foram constatadas moléculas das substâncias nas cervejas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2.

A análise da pasta ainda revelou que subiu para 21 a quantidade de lotes das bebidas fabricadas pela Backer que contam com a presença de um ou de ambos os componentes químicos, que são altamente tóxicos e nocivos à saúde quando ingeridos (veja a relação completa ao final da matéria).

“O ministério segue atuando nas apurações administrativas para identificar as circunstâncias em que os fatos ocorreram e tomando as medidas necessárias para mitigar o risco apresentado pelas cervejas contaminadas. Ressaltamos que a empresa permanecerá fechada até que se tenha condições seguras de operação e os produtos somente serão liberados para comercialização mediante análise e aprovação do Mapa”, informou o ministério, em comunicado oficial nesta quinta-feira, 16 de janeiro.

O Mapa garante que a contaminação das bebidas aconteceu na fábrica da Backer. Segundo o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do ministério, Carlos Vitor Müller, a principal suspeita é a de que a falha tenha acontecido durante o resfriamento, uma das etapas de produção das cervejas. 

Ele explicou que o monoetilenoglicol ou o dietilenoglicol podem ter entrado em contato com a água gelada utilizada para se resfriar o mosto, líquido proveniente da mistura entre malte moído e água quente. Por causa da troca de calor, essa água fica quente e, posteriormente, é reaproveitada em outras etapas da produção — o que pode ter comprometido outras fases da fabricação.

No entanto, a forma como se deu essa contaminação não está clara. Isso porque as substâncias químicas deveriam ser utilizadas como agentes refrigerante do processo de produção da cerveja em uma etapa seguinte, que é a de fermentação. 

Nesse momento, os tanques que recebem o mosto precisam manter uma temperatura mais baixa e, por isso, eles são resfriados pelo lado fora por líquidos como o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol. Contudo, eles não devem entrar em contato com a cerveja.

Lotes das cervejas Backer contaminadas com monoetilenoglicol e de dietilenoglicol

Monoetilenoglicol

Belorizontina – L2 1354* 

Belorizontina – L2 1348 

Capixaba – L2 1348 

Belorizontina – L2 1197 

Belorizontina – L2 1593 

Belorizontina – L2 1557

Belorizontina – L2 1604 

Belorizontina – L2 1474

Dietilenoglicol

Belorizontina – L2 1354*

Belorizontina – L2 1348 

Capixaba – L2 1348 

Belorizontina – L2 1197 

Belorizontina – L2 1455 

Belorizontina – L2 1464

Capitão Senra – L2 1609

Capitão Senra – L2 1571  

Pele Vermelha – L1 1448

Pele Vermelha – L1 1345

Fargo46 – L1 4000

Backer Pilsen – L1 1549

Backer Pilsen – L1 1565

Brown – 1316

Backer D2 – L1 2007

Belorizontina – L2 1593 

Belorizontina – L2 1557

Belorizontina – L2 1604 

Belorizontina – L2 1474

Belorizontina – L2 1546 

Belorizontina – L2 1487

* Análise realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais

*Correio Braziliense


+ Cotidiano