Sapateiros que ganham piso têm aumento salarial de 7%. Em Jaú… Não é em Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de setembro de 2017 às 10:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:21
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Em Franca, negociações continuam emperradas, com sapateiros negociado por fábricas

Os trabalhadores da indústria calçadista da cidade de Jaú (uma das principais produtoras de sapatos no Estado de SP, além de Franca e Birigui) aprovaram a proposta patronal e deliberaram pelo reajuste de 7,26% entre os funcionários que ganham o piso, hoje de R$ 1 mil. 

A votação foi em assembleia realizada no último domingo, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados de Jaú.

As demais pautas financeiras também foram aprovadas. Os trabalhadores que ganham acima do piso terão 3,56% de reajuste (1% de aumento real). A cesta básica, atualmente de R$ 163, passou para R$ 175 (7,4%).

O presidente do sindicato, Miro Jacintho, afirma que a maior conquista da campanha salarial foi o fim das punições pela apresentação de atestados médicos. Antes, as empresas podiam descontar os dias parados caso não concordassem com a razão do afastamento. Agora, deverão considerar o atestado apresentado pelos servidores.

Os novos salários devem compor os holerites de outubro, com valores retroativos a julho, quando teve início a data-base da categoria.

Atualmente, Jaú tem cerca de 4,7 mil funcionários na indústria calçadista, composta por aproximadamente 300 fábricas de pequeno, médio e grande portes. 

Além da assembleia de domingo, a entidade realizou encontros itinerantes em indústrias. O resultado foi formalizado ao Sindicato da Indústria de Calçados (Sindicalçados).

(Publicado no Comércio do Jahu).

Em Franca

Em Franca, de um lado o Sindifranca (que congrega os patrões) alega que os industriais não devem fechar acordos individuais, enquanto que o Sindicato dos Sapateiros insiste em procurar fábrica por fábrica tentando o reajuste que deve ter efeito retroativo a 1º de fevereiro, data-base da categoria. 

Veja o Comunicado divulgado em maio pelo Sindifranca, pedindo aos calçadistas que não fechem acordos individuais: 

COMUNICADO | Negociação Salarial (10/0/2-17)
Prezado calçadista.
Conforme informado anteriormente, a Assembleia Geral convocada no dia 11/04/2017 decidiu por unanimidade, que o valor do reajuste a ser concedido aos trabalhadores nas indústrias de calçados de Franca/SP para o ano de 2017 é de 4,69%, o que corresponde ao INPC acumulado de março/2016 a fevereiro/2017. Percentual aplicável de forma linear ao piso da categoria, à PLR e ao abono escolar.

O Sindicato dos Sapateiros tem divulgado que teria fechado acordos individuais com algumas fábricas da cidade. No entanto, até o momento nenhuma documentação nesse sentido foi apresentada ao Sindifranca nem ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Lembramos que o Sindifranca não encerrou as negociações como tem sido veiculado e alertamos novamente as empresas para que aguardem o desfecho das negociações e não fechem acordos individuais, pois isso quebra a união das empresas e prejudica o processo negocial.

O Sindifranca já solicitou uma reunião de mediação junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, para darmos continuidade às negociações.

Por fim, pedimos a todos para que mantenham a tranquilidade e orientem os funcionários quanto ao andamento real do processo negocial salarial.

O gestor de Recursos Humanos do Sindifranca, Lázaro Reinaldi, e o Departamento Jurídico da entidade encontram-se à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

AO SETOR CALÇADISTA DE FRANCA
INFORME NEGOCIAÇÕES SALARIAIS DE 2017

O Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, SINDIFRANCA, informa em caráter de URGÊNCIA a todo o setor que as negociações salariais para o ano de 2017/2018, NÃO foram encerradas, sendo certo que ambos os sindicatos, tanto o patronal como o dos trabalhadores ainda continuam as tratativas com objetivo de assinar a convenção coletiva de trabalho.

O SINDIFRANCA luta incansavelmente para que o reajuste atenda ao setor.
É certo, ainda, que pensando nos trabalhadores, desde o início das negociações as empresas concederam à categoria o índice de 4,69%, o qual corresponde a inflação do período de março/2016 a fevereiro/2017, INPC-IBGE, índice este aplicável linearmente. Sendo inclusive autorizado o pagamento das horas relativas à Participação nos Lucros e Resultados a todo o setor.

Todavia, é preciso que o aumento seja concedido dentro da realidade de nossas fábricas.

Há que se deixar claro que a indústria calçadista de Franca passa por um momento de cautela, uma vez que a crise econômica intensificada pela crise política acarretou forte impacto nas vendas de calçados, e a perspectiva para o ano de 2017 é de tentativa de recuperação de mercado, não há perspectiva de crescimento. Assim, o momento é de assegurar postos de trabalho, EMPREGO.

Em razão disso, ALERTAMOS, ao setor para a importância de esclarecer aos colaboradores a real situação econômica. Além disso, é preciso união entre os empresários, e esclarecer que qualquer reajuste acima desse patamar põe em cheque a própria sobrevivência do setor, sobretudo, neste momento em que o Governo Federal reonerou a folha de pagamento.

Para mais detalhes o SINDIFRANCA coloca à disposição de todos o departamento de RH e o departamento jurídico que poderão esclarecer todas e quaisquer dúvidas. 


+ Economia