São Paulo tem 36% das Delegacias de Defesa da Mulher no Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de março de 2018 às 07:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:36
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Estado foi o primeiro no país a criar órgãos e serviços especializados para o atendimento às mulheres

O Brasil ocupa o 5º lugar entre os países que mais matam mulheres no mundo. Só no Estado de São Paulo, foram registradas em 2017 mais de 280 tentativas de feminicídios, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública. Esses números mostram que ainda é necessário se preocupar com o atendimento e com o suporte às vítimas de violência de gênero.

Nos últimos anos, o governo do Estado esteve empenhado em fortalecer a assistência para essas mulheres através de serviços e órgãos públicos especializados. Pensando nisso, o território paulista conta atualmente com 133 Delegacias de Defesas da Mulher (DDM). Nove delas estão localizadas na capital, 19 na Região Metropolitana e 108 no interior e litoral.

Isso equivale à 36% do total no país. “Essas delegacias realizam um trabalho de coibir a violência contra a mulher, que infelizmente ainda existe. Não deixar ter impunidade, bem como prevenir e educar”, comenta o governador Geraldo Alckmin sobre o serviço prestados pelas unidades.

O grande diferencial está no tratamento e no acolhimento oferecido à vítima, com um espaço mais favorável do que as delegacias comuns. “Esse primeiro atendimento é primordial para que a mulher se sinta recepcionada no ambiente. Por isso contamos com uma equipe especializada e já vocacionada nesse tipo de atendimento”, explica o secretário de Estado de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho.

O trabalho além da lei

Ironicamente, o Brasil possui a terceira melhor lei do mundo de combate à violência doméstica, uma referência para muitas outras nações. Sendo assim, é possível perceber que os casos de violência vão muito além do que a legislação é capaz de determinar.

Renata Cruppi é delegada da DDM de Diadema e, assim como as outras unidades, desenvolve um trabalho de “oitiva ativa”. Isso quer dizer que o atendimento a essas mulheres são extremamente sensíveis diante da situação em que elas se encontram. “Quando elas chegam aqui, nós procuramos deixá-las à vontade, pois nem sempre chegam em condições de falar. Nós respeitamos e damos todo o suporte necessário. Por isso, tudo o que é falado é examinado”, afirma a delegada.


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