São Francisco de Assis é celebrado nesta quinta-feira, 04 de outubro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de outubro de 2018 às 10:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:03
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Conheça um pouco da história de vida e devoção do santo católico que foi exemplo de abnegação e amor

São
Francisco de Assis nasceu em Assis, Itália, em 1182, filho de Pedro
Bernardone, um rico comerciante, e Pia, de família nobre da Provença. 

Na
juventude, Francisco era muito rico e esbanjava dinheiro com ostentações.
Porém, os negócios de seu pai não lhe despertaram interesse, muito menos os
estudos. O que ele queria mesmo era se divertir. Porém, São Boaventura, seu contemporâneo, escreveu sobre ele:
“Mas, com o auxílio divino, jamais se deixou levar pelo ardor das paixões que
dominavam os jovens de sua companhia”.

Vida
de São Francisco

Na
juventude de Francisco, por volta de seus vinte anos, uma guerra começou entre
as cidades italianas chamadas Perugia e Assis. Ele queria combater em Espoleto,
entre Assis e Roma, mas caiu enfermo.

Durante
a doença, Francisco ouviu uma voz sobrenatural que lhe pedia para ele “servir
ao amor e ao servo”.

Pouco
a pouco, com muita oração, Francisco sentiu em seu coração a necessidade de
vender seus bens e “comprar a pérola preciosa” sobre a qual ele lera no
Evangelho.

Certa
vez, ao encontrar um leproso, apesar da repulsa natural, venceu sua vontade e
beijou o doente. Foi um gesto movido pelo Espírito Santo. A partir desse
momento, ele passou a fazer visitas e a servir aos doentes que sem encontravam
nos hospitais. Aos pobres, presenteava com suas próprias roupas e também com o
dinheiro que tivesse no momento.

O
Chamado

Num
dia simples, mas muito especial, num momento em que Francisco rezava sozinho na
Igreja de São Damião, em Assis, ele sentiu que o crucifixo falava
com ele, repetindo por três vezes a frase que ficou famosa: “Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas”.
O santo vendeu tudo o que tinha e levou o dinheiro ao padre da Igreja de São
Damião, e pediu permissão para viver com ele. Francisco tinha vinte e cinco
anos.

Pedro
Bernardone, ao saber o que seu filho tinha feito, foi busca-lo indignado,
levou-o para casa, bateu nele e acorrentou-o pelos pés. A mãe, porém, o
libertou na ausência do marido, e o jovem retornou a São Damião. Seu pai foi de
novo buscá-lo. Mandou que ele voltasse para casa ou que renunciasse à sua
herança. Francisco então renunciou a toda a herança e disse: “As roupas
que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las”. Em seguida se
desnudou e entregou suas roupas a seu pai, dizendo-lhe: “Até agora tu tens sido
meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”.

Renúncia
de São Francisco de Assis

Para
reparar a Igreja de São Damião, Francisco pedia esmola em Assis. Terminado esse
trabalho, começou reformar a Igreja de São Pedro.
Depois, ele retirou-se para morar numa capela com o nome de Porciúncula. Ela fazia parte da abadia de Monte
Subasio, cuidada pelos beneditinos. Ali o céu lhe mostrou o que realmente
esperava dele.

O
trecho do Evangelho da Missa daquele dia dizia: “Ide a pregar, dizendo: o
Reino de Deus tinha chegado. Dai gratuitamente o que haveis recebido
gratuitamente. Não possuas ouro, nem duas túnicas, nem sandálias…”

A estas palavras, Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão e ficou somente
com a túnica.

Milagres
de São Francisco de Assis

Deus
lhe concedeu o dom da profecia e o dos milagres. Quando Francisco pedia esmolas
com o objetivo de restaurar a Igreja de São Damião, ele dizia: “Um dia haverá ali um convento de religiosas, em cujo nome se
glorificará o Senhor e a Igreja
“. A profecia se confirmou cinco
depois com Santa Clara e suas religiosas. Ao curar, com um beijo, o câncer que
havia desfigurado o rosto de um homem, São Boaventura comentou para São
Francisco de Assis: “Não se há que admirar mais o beijo do que o
milagre?”

Fundação
da Ordem dos Frades Menores (O.F.M.)

Francisco
começou a anunciar a verdade, no ardor do Espírito de Cristo. Convidou outros a
se associarem a ele na busca da perfeita santidade, insistindo para que
levassem uma vida de penitência. Alguns começaram a praticar a penitência e em
seguida se associaram a ele, partilhando a mesma vida. O humilde São Francisco
de Assis decidiu que eles se chamariam Frades Menores.

Surgiram
assim os primeiros 12 discípulos que, segundo registram alguns documentos,
“foram homens de tão grande santidade que, desde os Apóstolos até hoje, não viu
o mundo homens tão maravilhosos e santos”. O próprio Francisco disse em
testamento: “Aqueles que vinham abraçar esta vida, distribuíam aos pobres tudo
o que tinham. Contentavam-se só com uma túnica, uma corda e um par de calções,
e não queriam mais nada”. Os novos apóstolos reuniram-se em torno da pequena
igreja da Porciúncula, ou Santa Maria dos Anjos,
que passou a ser o berço da Ordem.

A
nova ordem religiosa de São Fracisco de Assis

Em
1210, quando o grupo contava com doze membros, São Francisco de Assis redigiu
uma regra pequena e informal. Esta regra era, na sua maioria, os conselhos de
Jesus para que possamos alcançar a perfeição. Com ela foram à Roma apresentá-la
ao Sumo Pontífice. Lá, porém, relutavam em aprovar a nova comunidade. Eles
achavam que o ideal de Francisco era muito rígido a respeito da pobreza. Por
fim, porém, um cardeal afirmou: “Não podemos proibir que
vivam como Cristo mandou no Evangelho”.

Receberam
a aprovação e voltaram a Assis, vivendo na pobreza, em oração, em santa alegria
e grande fraternidade, junto a Igreja da Porciúncula. Mais tarde, Inocêncio III
mandou chamar São Francisco de Assis e aprovou a regra verbalmente. Logo em
seguida o papa impôs a eles o corte dos cabelos, e lhes enviou em missão de
pregarem a penitência.

São
Francisco de Assis, um exemplo de vida

São
Francisco de Assis manifestava seu amor a Deus por uma alegria imensa, que se
expressava muitas vezes em cânticos ardorosos. A quem lhe perguntava qual a
razão de tal alegria, respondia que “ela deriva da pureza do coração e da
constância na oração”.

A
santidade de São Francisco de Assis lhe angariou muitos discípulos e atraiu
também uma jovem, filha do Conde de Sasso Rosso, Clara, de 17 anos.

Desde
o momento em que o ouviu pregar, compreendeu que a vida que ele indicava era a
que Deus queria para ela. Francisco tornou-se seu guia e pai espiritual. Nascia
assim a Ordem Segunda dos Franciscanos, a das Clarissas.
Depois, Inês, irmã de Clara, a seguia no claustro; mais tarde uma terceira,
Beatriz se juntou a elas.

Sabedoria
divina

Certa
vez, São Francisco de Assis, sentindo-se fortemente tentado pela impureza,
deitou-se sem roupas sobre a neve. Outra vez, num momento de tentação ainda
mais violenta, ele rolou sobre espinhos para não pecar e vencer suas
inclinações carnais.

Sua
humildade não consistia simplesmente no desprezo sentimental de si mesmo, mas
na convicção de que “ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é e não
mais”. Considerando-se indigno do sacerdócio, São Francisco de Assis
apenas chegou a receber o diaconato. Detestava de todo coração o exibicionismo.

São
Francisco de Assis e os animais

A
proximidade de Francisco com a natureza sempre foi a faceta mais conhecida
deste santo. Seu amor universalista abrangia toda a Criação, e simbolizava um
retorno a um estado de inocência, como Adão e Eva no Jardim do Éden.

Os
estigmas de São Franscisco de Assis

Dois
anos antes de sua morte, tendo Francisco ido ao Monte Alverne em companhia de
alguns de seus frades mais íntimos, pôs-se em oração fervorosa e foi objeto de
uma graça insigne.

Na
figura de um serafim de seis asas apareceu-lhe Nosso Senhor crucificado que,
depois de entreter-se com ele em doce colóquio, partiu deixando-lhe impressos
no corpo os sagrados estigmas da Paixão. Assim, esse discípulo de Cristo, que
tanto desejara assemelhar-se a Ele, obteve mais este traço de similitude com o
Divino Salvador.

Devoção
a São Francisco de Assis

No
verão de 1225, Francisco esteve tão enfermo, que o cardeal Ugolino e o irmão
Elias o levaram ao médico do Papa, em Rieti. São Francisco de Assis perguntou a
verdade e lhe dissessem que lhe restava apenas umas semanas de vida. “Bem
vinda, irmã Morte!”, exclamou o santo.

Em
seguida pediu para ser levado à Porciúncula. Morreu no dia três de outubro de
1226, com menos de 45 anos, depois de escutar a leitura da Paixão do Senhor.
Ele queria ser sepultado no cemitério dos criminosos, mas seus irmãos o levaram
em solene procissão à Igreja de São Jorge, em Assis.

Ali
esteve depositado até dois anos depois da canonização. Em 1230, foi secretamente
trasladado à grande basílica construída pelo irmão Elias. Ele foi canonizado
apenas dois anos depois da morte, em 1228, pelo Papa Gregório IX.
Sua festa é celebrada em 04 de outubro.

Oração
a São Francisco de Assis

Senhor,
fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde
houver ódio, que eu leve o amor;

Onde
houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde
houver discórdia, que eu leve a união;

Onde
houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde
houver erro, que eu leve a verdade;

Onde
houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde
houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde
houver trevas, que eu leve a luz.

Ó
Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar,
que ser consolado;

compreender,
que ser compreendido;

amar,
que ser amado.

Pois,
é dando que se recebe,

é
perdoando que se é perdoado,

e é
morrendo que se vive para a vida eterna.


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