Saiba quais os efeitos do consumo de bebidas com medicamentos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 17:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:24
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Tomar cerveja ou caipirinha enquanto fizer uso de antialérgicos, por exemplo, pode provocar danos cognitivos

Você sabia que o consumo de álcool e alguns medicamentos pode causar sérios riscos à saúde? Em alguns casos, a bebida pode provocar insuficiência respiratória, taquicardia, intoxicação, náusea e vômito.

Tomar uma cerveja ou caipirinha enquanto fizer uso de antialérgicos, por exemplo, pode provocar sérios danos cognitivos, como perda da capacidade de julgamento, confusão mental e comprometimento na coordenação motora.

O Ministério da Saúde aponta que 34,2% dos homens de 25 a 34 anos e 18% das mulheres de 18 a 24 anos fazem uso abusivo de álcool. 

No carnaval, a prática tende a aumentar e pode ser muito perigosa se associada ao uso de medicamentos.

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) fez uma lista sobre os riscos à saúde da combinação entre álcool e medicamentos.

Os efeitos do consumo de álcool com remédios:

Calmantes: 

A ação do álcool com os medicamentos que agem no sistema nervoso central (SNC) como os barbitúricos e benzodiazepínicos pode acarretar o aumento do efeito sedativo, possibilidade de coma e insuficiência respiratória.

Antibióticos: 

Dependendo do antibiótico, essa combinação pode levar a efeitos graves do tipo antabuse, como taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. 

Há a recomendação, inclusive, de que se deve aguardar por três dias após tratamento com metronidazol para voltar a beber álcool. 

Outros antibióticos que podem potencializar o efeito de hepatotoxicidade quando se ingere álcool são a eritromicina, rifampicina, nitrofurantoína.

Anticonvulsivantes: 

Mais efeitos colaterais e risco de intoxicação. Também há risco de diminuição na eficácia contra as crises de epilepsia.

Anti-inflamatórios não esteroidais: 

Aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e diclofenacos. 

Recomenda-se atenção máxima quando se constatar fezes escurecidas (sangrentas), tosse com sangue ou vômito que aparente borra de café. 

Devem procurar o serviço médico, pois esses podem indicar hemorragia no estômago.

Anti-hipertensivo: 

Com substâncias como o atenolol, pode ter efeitos aditivos em diminuir a pressão arterial. 

O indivíduo pode sentir dor de cabeça, tonturas, vertigens, desmaios e/ou alterações no pulso ou frequência cardíaca. 

Esses efeitos secundários são mais susceptíveis de serem vistos no início do tratamento, após um aumento da dose, ou quando o tratamento é reiniciado depois de uma interrupção.

Antialérgicos: 

Aumenta o efeito sedativo e pode causar tonturas e desequilíbrio. 

Anti-histamínicos e álcool podem gerar efeitos indesejáveis como, por exemplo, no caso do uso de dextrometorfano e prometazina, que pode aumentar os efeitos secundários do sistema nervoso, como tonturas, sonolência e dificuldade de concentração. 

Algumas pessoas também podem sofrer confusão e prejuízo na capacidade de julgamento, bem como comprometimento na coordenação motora. Portanto, deve-se evitar ou limitar o uso de álcool durante tratamento com dextrometorfano.

Antidiabéticos: 

Também pode causar efeito antabuse (náuseas entre outros). Uso agudo de etanol prolonga os efeitos enquanto que o uso crônico inibe os antidiabéticos.

Paracetamol: 

Pode causar sérios efeitos colaterais que afetam o fígado. 

Deve-se procurar o serviço médico imediatamente se sentir febre, calafrios, dor nas articulações ou inchaço, cansaço excessivo ou fraqueza, sangramento anormal ou hematomas.

Também fazem parte dos sintomas a erupção cutânea ou prurido, perda de apetite, náuseas, vômitos ou amarelecimento da pele ou da parte branca dos olhos.

Cafeína: 

A cafeína também é um diurético e o seu abuso em conjunto com o álcool pode levar à desidratação e piorar os sintomas da ressaca no dia seguinte.


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