Saiba o que é dermatite atópica, seus sintomas e tratamentos indicados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de agosto de 2018 às 20:21
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:58
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Muitos não têm conhecimento sobre essa doença de pele comum, que causa muita coceira e gera preconceito

Determinadas doenças de pele ainda
são um tabu. Por falta de informação, parte das pessoas acaba acreditando que
pode se infectar ao encostar em alguém acometido por essas chateações. É o caso
da dermatite
atópica, uma alergia não contagiosa que virou tema de campanha
da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Segundo a SBD, esse problema
crônico atinge 7% da população adulta e 25% das crianças do nosso país. Ele é
caracterizado pela ausência da barreira de proteção da pele, o que provoca uma
perda de água frequente. Ou seja: a derme dessas pessoas é mais ressecada e
fica cheia de lesões avermelhadas. E isso, que fique bem claro, não passa de um
indivíduo para o outro. “A dermatite acompanha a pessoa por toda a vida. Mas
isso não significa que ela não vá viver bem. Dá para controlar a doença com
medidas simples e medicamentos”, afirma Samuel Mandelbaum, dermatologista da
SBD.

Ele explica que a escassez de
conhecimento sobre a enfermidade gera preconceito: “A população em geral acha
que ela é contagiosa. A família e o próprio paciente não sabem o que é e acabam
não tratando também”.

Se isso impacta a vida social dos
adultos, imagine a dos pequenos. “Essas crianças são afastadas de atividades em
grupo, não conseguem brincar com outras na escola ou na rua e têm dificuldades
para levar uma vida normal. Tornam-se fechadas e reclusas”, aponta o
especialista.

Por isso é tão importante entender
do que se trata e ir ao dermatologista ao sinal de qualquer sintoma. A seguir,
conheça a tal dermatite atópica, das causas ao tratamento:

O que causa as crises?

São vários fatores possíveis, que
inclusive variam de pessoa para pessoa. Eles incluem: contato com materiais
ásperos, poeira, detergentes, produtos de limpeza em geral, roupas de lã e
tecido sintético.

Temperaturas extremas ou mudanças
bruscas (quando você sai de um lugar quente e entra em uma sala com ar
condicionado, por exemplo), infecções, alguns alimentos e estresse são outros
gatilhos para as crises alérgicas.

Quais são os sintomas

Além do ressecamento, surgem
erupções e crostas e os pacientes sentem muita coceira. “Qualquer pequena
irritação já causa um prurido grande. Quanto mais resseca, mais coça. E quanto
mais você coça, mais gera irritação. É um círculo vicioso”, explica Mandelbaum.

Se a pessoa não para de cravar as
unhas na pele, torna-se mais propensa a infecções. E isso, claro, agrava o
quadro.

Apesar de acometer todas as faixas
etárias, ela costuma se manifestar de forma diferente dependendo da idade.

Nas crianças, as lesões geralmente
aparecem depois dos 6 meses de idade. A dermatite atópica atinge as bochechas,
que ficam vermelhas e descascando, e partes dos joelhos e cotovelos.

No caso dos adultos, os machucados
são vermelhos, coçam e soltam líquidos. Eles surgem mais nas dobras do pescoço,
cotovelos e joelhos.

Tratamento

São receitados remédios
antihistamínicos e, em casos mais graves, corticosteróides, para diminuir a
coceira. Boa parte desses medicamentos está disponível na rede pública de
saúde.

Em breve, devem chegar ao Brasil
os chamados imunobiológicos. “São injeções que devem ser aplicadas a cada uma
ou duas semanas para fortalecer a barreira protetora”, relata Mandelbaum.
Inicialmente, ele poderá ser utilizado apenas por adultos – e a um custo
bastante elevado.

Cuidados básicos

Algumas atitudes simples ajudam a
evitar crises alérgicas, como tomar banhos rápidos, com água morna e sem usar
escovas ou buchas. Dar preferência para roupas leves e de algodão e fugir de
lugares com temperaturas extremamente baixas ou altas também é uma boa.

Cada paciente tem seus próprios
estopins para as crises alérgicas. Daí porque é sempre bom manter o canal de
comunicação com o médico aberto. “Muitos fazem tudo certo no tratamento, mas
continuam com a pele seca porque não estão bebendo água. A hidratação vem de
dentro pra fora. O adulto precisa tomar dois litros por dia”, orienta o
Mandelbaum.

Mas isso não significa que você
deve abrir mão dos cremes hidratantes. Eles são importantíssimos. “A
recomendação que damos é de tomar banho, usar a toalha e já aplicar rapidamente
o produto. Ele não vai fazer o mesmo efeito se você esperar o corpo secar”,
conclui.


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