Saiba como e quando foi decidido que janeiro seria o primeiro mês do ano

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 20:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:17
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Tudo se deve aos festivais pagãos romanos e ao calendário que o imperador Júlio César introduziu há 2 mil anos

Pouco antes desta data, pessoas em
todo mundo saúdam o Ano Novo com fogos de artifício, abraços e brindes.

Mas você já se perguntou por que 1º
de janeiro é o dia que marca o começo do ano?

Tudo se deve aos
festivais pagãos romanos e ao calendário que o imperador Júlio César introduziu
há dois mil anos. Mas também é preciso dar crédito a um papa chamado Gregório
XIII.

Os romanos

Para os antigos romanos, janeiro era importante
porque era o mês consagrado ao deus Janus (daí vem Ianuarius, que significa
janeiro em latim).

Na mitologia romana, Janus é o deus de duas faces,
dos começos e dos fins, das transições. “É associado a olhar para frente e
para trás”, explica Diana Spencer, professora da Universidade de
Birmingham, na Inglaterra. “Então, se há um momento no ano em que se deve
decidir que ‘aqui começamos de novo’, é lógico que seja esse.”

Também coincide com o tempo na Europa
quando os dias começam a se alongar após o solstício de inverno. “Para
Roma, isso tinha uma ressonância poderosa, porque acontece depois daqueles
terríveis dias curtos, quando o mundo está escuro, frio e nada cresce”,
diz a professora. “É uma espécie de período de pausa e reflexão.”

Quando os romanos ganharam mais
poder, começaram a espalhar seu calendário por todo seu vasto império.

Mas na Idade Média, após a queda de
Roma, o cristianismo se estabeleceu com força e o primeiro de janeiro foi
considerado uma data muito pagã.

Muitos países onde o cristianismo
predominou queriam que o Ano Novo acontecesse no dia 25 de março, que marca a
aparição do arcanjo Gabriel à Virgem Maria. “Embora o Natal seja quando
Cristo nasceu, a Anunciação é quando se revela a Maria que ela vai dar à luz
uma nova encarnação de Deus”, disse Diana Spencer. “Esse é o momento
em que a história de Cristo começa, por isso faz muito sentido que o novo ano
inicie aí.”

O papa

No século XVI, o papa Gregório XIII introduziu o
calendário gregoriano e o primeiro de janeiro foi reestabelecido como Ano Novo
nos países católicos.

No entanto, a Inglaterra, que havia se rebelado
contra a autoridade do papa e professava a religião protestante, continuou a
celebrar a passagem do ano no dia 25 de março até 1752.

Naquele ano, um ato do Parlamento alinhou os
britânicos com o resto da Europa.

Hoje, a maioria dos países é governada pelo
calendário gregoriano, e é por isso que os fogos de artifício tomam o céu no
dia 1º de janeiro de cada ano.


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