Safra 2019 de café do Brasil é revisada para baixo; estoques finais reduzidos

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  • Publicado em 15 de dezembro de 2019 às 12:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:08
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Projeções apontam para 57,05 milhões de sacas de 60 kg, ante 58,9 milhões de sacas vistas em abril

A safra de café 2019 do Brasil foi revisada para baixo, para 57,05 milhões de sacas de 60 kg, ante 58,9 milhões de sacas vistas em abril, disse a consultoria Safras & Mercado nesta quinta-feira, 12, projetando uma situação de estoques ajustados no país até a próxima colheita, que acontecerá por volta de maio.

A consultoria projetou os estoques finais da temporada 2019 em apenas 2,32 milhões de sacas, ante 3,17 milhões de sacas um ano antes. Ela também afirmou que os produtores já venderam 71% de seu café 2019 até aqui, à frente da média de 68% para este período do ano.

O consultor de café da Safras, Gil Barabach, disse que o Brasil terá uma relação estoque-consumo, indicador amplamente utilizado para a disponibilidade do produto no setor de commodities, de apenas 10% ao final da atual temporada.

“Essa situação mais justa na oferta ajuda a aliviar o impacto de safra recorde do Brasil projetada para 2020 e justifica, em parte, o realinhamento dos preços para cima no mercado internacional”, afirmou Barabach.

Os preços do café em Nova York avançaram 28% em um mês, à medida que notícias da reduzida disponibilidade de cafés de alta qualidade levaram torrefadoras e fundos a cobrir posições nos mercados futuros.

“É difícil dizer onde esse mercado vai parar no curto prazo”, disse Rodrigo Costa, corretor da brasileira Comexim com base em Nova York, em nota semanal a clientes.

Ele disse ainda que questões técnicas e a queda dos estoques certificados na bolsa levaram os fundos a ficarem comprados pela primeira vez desde abril de 2017.

No mercado, muitos acreditam que o Brasil, maior produtor do mundo, vai colher uma safra recorde no ano que vem, permitindo que o mercado seja bem abastecido.

Os agricultores do país, porém, duvidam disso, afirmando que problemas climáticos e o baixo cuidado com a safra irão afetar as produtividades.

Barabach disse que os ganhos no mercado futuro e o real enfraquecido levaram a fortes avanços nos preços do café em reais, o que fez com que produtores aumentassem suas vendas.

“Alguns meses atrás o produtor nem sonhava que iria vender café de bebida boa entre 535 reais a 550 reais a saca, dependendo da catação”, disse ele, referindo-se aos valores por saca do café arábica de alta qualidade.

*por Reuters


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