Ribeirão Preto ganha Centro de Arte Contemporânea W, da artista visual Weimar

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  • Publicado em 10 de novembro de 2017 às 18:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:26
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Com proposta inédita no interior de São Paulo, CAC W contará com exposições, debates e pesquisas

Criado pela
artista visual Weimar há nove anos, o W espaço de arte, em Ribeirão
Preto (SP), extrapolou sua vocação de ateliê e galeria para se tornar uma
instituição focada na pesquisa  e na experiência processual de sua
fundadora e dos artistas que irão expor no local. Dessa forma, foi inaugurado
em 7 de novembro o CAC W – Centro de Arte Contemporânea W com a proposta
inédita no interior de São Paulo de ser um espaço de experimentação e de
difusão da arte nas mais variadas linguagens, incluindo vídeo, instalação,
pintura, fotografia, escultura, performance, entre outros.

“Duas
vontades que se casaram, minhas e da Weimar: a pesquisa, a catalogação e um
estudo sistemático de sua obra e de tornar esse espaço em um local que
mantivesse uma programação continua. O que se espera do CAC W é sempre o
cultivo de uma experiência processual, um lugar que se abre para o mundo e que
é capaz de pesquisar, observar, publicar e difundir o trabalho dos
artistas”, explica o curador Josué Mattos, um dos responsáveis pelo
projeto.

Ainda
de acordo com Mattos, a inspiração veio de instituições encontradas na Suíça e
em Portugal. No Brasil, o conceito do CAC W aproxima-se de lugares dedicados ao
estudo da produção de outras artistas, como Vera Chaves Barcelos, no Rio Grande
do Sul, e Tomie Ohtake, em São Paulo. “Entendemos que há polos importantes
da produção artística e Ribeirão Preto faz parte disso, assim como se vê em
outros países, entre eles na França. É  poder viajar para uma cidade para
ver uma exposição que só acontece e só é possível de ser vista ali, em uma
escala mais experimental e processual”, conta.

Para
Weimar, agora o público poderá ter acesso às obras de diferentes artistas e com
linguagens e suportes distintos. “O CAC W vai acrescentar ao cenário
artístico de Ribeirão Preto e de toda a região um intercâmbio de exposições de
artistas nacionais e internacionais. Também é uma oportunidade dos visitantes
conhecerem melhor meu trabalho,  pois  sempre estará exposta uma nova
obra minha”, ressalta.

Exposições

Aberto
à visitação às quintas e sextas-feiras, das 14h às 18h; sábados das 10h às 14h,
o espaço apresenta até 20 de janeiro de 2017 a instalação  O Baile, de
Weimar (Ribeirão Preto), e a mostra Samaúma, de Miguel Penha (Chapada dos
Guimarães), com seis pinturas retratando a floresta e o cerrado brasileiro.

O
Baile, de Weimar, obra inédita desenvolvida para a inauguração do CAC W,
consiste em um vídeo multicanal realizado a partir da edição do Grande Baile de
Gala, que ocorreu na ocasião das comemorações do Centenário de Ribeirão Preto,
em 1956. Em um jogo de sombras que se projetam sobre as imagens, justapostas na
Sala 2 do CAC W, o visitante será confrontado a instrumentos musicais
silenciados, sem os músicos que lhes davam vida. 

Já 
a Samaúma,  obra do artista Miguel Penha utilizada como título em sua
exposição individual no CAC W pelas razões que fortalecem sua produção em torno
da paisagem da Chapada dos Guimarães, com composições ricas em variações
cromáticas, fornecem singularidades e exuberância às paisagens do artista.
Pouco conhecido no circuito de artes, Miguel Penha tem recebido, no entanto,
espaço em importantes centros de arte no Brasil, a exemplo do Paço das Artes e
de mostras internacionais como o Festival de Arte Contemporânea
Sesc_Videobrasil. 

A
partir de agora e ao longo de 2018, o CAC W estabeleceu um calendário com
artistas convidados pelos curadores Josué Mattos e Yolanda Cipriano.
“Manter mostras de arte contemporânea com horários de visitação fixa e
entrada gratuita. Propor um circuito cultural ao visitante de também conhecer
as mostras da Galeria Marcelo Guarnieri e do Instituto Figueiredo Ferraz,
locais vizinhos ao nosso. Promover ações abertas aos interessados como
conversas com os artistas que estejam expondo no CAC W assim como visitas
guiadas para grupos, são alguns dos objetivos em curto prazo do nosso
trabalho”, reforça Yolanda Cipriano.

Equipe CAC W

O
CAC W é mantido por uma associação de direito privado, sem fins lucrativos.
Conta com um centro de documentação e pesquisa em arte dos séculos XX e XXI,
uma área expositiva e educativa, além de um ambiente de exibição do conjunto de
obras de sua fundadora.

Weimar
é artista visual. Nasceu, vive e trabalha em Ribeirão Preto. Entre as décadas
de 1980 e 1990, participou do ateliê de Pedro Manuel-Gismondi. Realizou
residências na Casa do Sol / Instituto Hilda Hilst, em Campinas, e em Torres
Vedras, Portugal. Entre suas últimas exposições, destacam-se as individuais:
Fragmentos (MARCO, Campo Grande, 2016, e MAC Jataí, 2014), Só o que não é do
tempo permanece no tempo (MUnA, Uberlândia, 2013) e Fragmento / Memória /
Processo (Museu de Arte de Ribeirão Preto, 2011). Participou das seguintes
exposições coletivas: Algumas coisas que amanhã talvez hajam desaparecido
(Ateliê Im previsto, Sorocaba, 2017), Bienal de Arte Contemporânea (SESC
Distrito Federal, 2016), 41º Salão de Arte de Ribeirão Preto (Museu de Arte de
Ribeirão Preto, 2016) e É sempre bom estar bem acompanhado (W – espaço de arte,
Ribeirão Preto, 2013). Recebeu Prêmio Aquisição do Salão de Arte de Ribeirão
Preto, nas edições de 1984 e 1986. 

Yolanda
Cipriano reside e trabalha em Ribeirão Preto (SP). É arquiteta, artista visual
e curadora independente. Atuou como gestora do W – espaço de arte entre 2008 e
2016. É artista-fundadora do Polyedro (2015), um espaço independente de
produção e difusão de arte contemporânea.

Josué
Mattos é historiador da arte e curador. Graduou-se em História da Arte e
Arqueologia na Université Paris X Nanterre, onde obteve o título de Master 1 e
2 em História da Arte Contemporânea. Em 2009, concluiu o mestrado em Práticas
Curatoriais, na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. É curador e administrador
do MASC – Museu de Arte de Santa Catarina e está implantando o Centro Cultural
Veras, ambos em Florianópolis. Recebeu o Prêmio Marcantonio Vilaça 2017-2018 na
categoria curadoria. Concebeu e assumiu a curadoria da primeira edição de
Frestas – Trienal de Artes (Sesc Sorocaba). Desde 2010, realiza ateliês de
acompanhamento de projetos de arte, debates e curadoria de exposições e salão
de artes. É editor da Revista Binômios, projeto contemplado pelo Prêmio Redes
Nacional Funarte Artes Visuais.

Serviço:

CAC W – Centro de Arte Contemporânea W

Exposições em cartaz: Samaúma e O Baile

Período: até 20/01/2017

Endereço: rua Nélio Guimarães, nº 1.300 – Ribeirão
Preto/SP

Horário de visitação: quintas e
sextas-feiras, das 14h às 18h; sábados das 10h às 14h

Informações: (16) 3623-2466

Entrada gratuita


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