Remover apêndice reduz em 19% risco de Parkinson, aponta estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de novembro de 2018 às 17:09
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:09
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Segundo a pesquisa, o órgão favorece a ocorrência por conta do acúmulo da uma proteína associada à doença

A remoção do apêndice pode reduzir em
19% o risco de desenvolvimento de Parkinson, conforme indica estudo publicado na
revista científica Science Translational Medicine.

O papel do pequeno órgão na ocorrência
da doença é explicado, segundo os pesquisadores, pelo acúmulo, no apêndice, de
uma proteína associada ao Parkinson, a alfa-sinucleína.

Estudos anteriores já haviam
demonstrado excesso de formatos mutantes dessa proteína no cérebro de pacientes
com Parkinson. “Ela é capaz de viajar pelo nervo que conecta do trato
gastrointestinal (onde está o apêndice) até o cérebro, se disseminar e ter
efeitos neurotóxicos”, disse Viviane Labrie, uma das autoras do estudo.


Realizada pelo Instituto de Pesquisa Van Andel, o estudo levantou os registros
médicos de 1,6 milhão de suecos desde 1964. Por meio dos documentos, os
cientistas puderam separar os pacientes que tinham passado pela cirurgia de retirada
do apêndice e relacionar os grupos com e sem o órgão com aqueles que
desenvolveram o Parkinson.

Ao fim do estudo, os pesquisadores
observaram que a incidência da doença entre os pacientes que tinham removido o
órgão era 19,3% menor do que entre os indivíduos que não tinham passado pela
cirurgia.


O achado, no entanto, só foi observado em pessoas que retiraram o apêndice de
forma precoce, ou seja, anos antes do aparecimento da doença. Pessoas que
removeram o órgão depois das primeiras manifestações do Parkinson (geralmente
motoras, como tremores) não tiveram melhora no quadro.

Início

O estudo revelou ainda que a retirada precoce do apêndice (pelo menos 30 anos
antes do aparecimento dos primeiros sintomas) adiou em 3,6 anos o início do
Parkinson.


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