Registros de ataques de escorpiões crescem 460% na última década e preocupam

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  • Publicado em 27 de junho de 2019 às 22:16
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:38
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Só no ano passado mais de 30 mil incidentes envolvendo o animal foram registrados no estado de São Paulo

Os casos de acidentes com escorpião cresceram cerca de 460% nos últimos 10 anos no Estado de São Paulo, passando de 6.519 incidentes, em 2009, para mais de 30 mil em 2018, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Diante destes números, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil) traz orientações de como eliminar os criadouros do animal e os principais procedimentos a serem realizados em caso de picada.

A assistente social do Seconci-SP, Flávia Lopes Augusto Sampaio, comenta que na região Sudeste a espécie Tityus Serrulatus, popularmente conhecida como escorpião-amarelo, é a mais comum. Com tamanho médio de sete centímetros de comprimento quando adulto, o animal possui reprodução partenogenética (sem a necessidade de um parceiro) e tem aproximadamente dois partos com, em média, 20 filhotes cada, por ano.

Flávia explica que os escorpiões possuem hábitos noturnos e costumam ficar em locais úmidos, quentes e escuros. “Na área urbana é muito comum encontrar estes animais dentro de botas, sapatos e em locais com acúmulo de entulhos”, destaca.

As baratas e pequenos insetos são os principais alimentos dos escorpiões. Por isso, para evitar a proliferação do animal, é muito importante não acumular lixo e entulhos nas obras. A assistente social também destaca que, como o escorpião costuma procurar alimentos em áreas próximas de onde está instalado, é preciso ficar atento a terrenos baldios que podem ser um criadouro.

“Se a pessoa identificar um local próximo à sua residência que pode ser um criadouro em potencial, basta acionar a prefeitura da cidade para que o proprietário do terreno seja notificado e intimado a realizar a limpeza”, recomenda.

Flávia destaca que as reações mais comuns ao ataque do animal são dor, vermelhidão e inchaço leve no local da picada, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor). Estes sintomas podem variar de uma pessoa para outra, mas a recomendação é lavar a região atingida com água e sabão, manter uma compressa morna no local ferido e buscar atendimento médico imediato. Nunca deve ser colocado gelo no ferimento ou tentar sugar o veneno.

O tratamento é realizado por meio do soro antiescorpiônico. “A picada deste tipo de animal pode levar uma pessoa a óbito em algumas situações, razão pela qual é indispensável o atendimento especializado para acompanhamento dos sintomas”, salienta a assistente social do Seconci-SP.

Prevenção

A eliminação dos ambientes que facilitam a existência do animal é a principal forma de combater a proliferação do escorpião. Por isso, manter a rotina de retirar entulhos da obra e usar luvas e botas neste processo pode evitar acidentes.

É muito importante sempre verificar o interior dos sapatos antes de calçá-los e evitar colocar as mãos em troncos de árvores e buracos no jardim. Em casa, é recomendável manter a cama e os móveis separados da parede e colocar protetores embaixo da porta.

Mais informações sobre as espécies de escorpiões presentes no Brasil, tratamentos e formas de prevenção podem ser encontradas na cartilha elaborada pelo Instituto Butantan, disponível no link: www.seconci-sp.org.br//midia/132059584089689778.pdf


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