Região Sudeste puxa inadimplência de empresas, segundo SPC

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de abril de 2018 às 13:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Número de empresas registradas no cadastro de devedores cresceu 8,92% no mês de março

A inadimplências de empresas
registradas nos cadastros de devedores cresceu 8,92% em março de 2018, na
comparação com o mesmo mês do ano passado. O aumento ocorreu principalmente com
empresa na Região Sudeste, com alta de 15,26% na comparação anual. As demais
regiões também apontaram crescimento, porém com índices menores: 3,56% no Sul;
2,35% no Centro-Oeste; 2,33% no Nordeste e 1,23% no Norte. Os dados foram
apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Além disso, de fevereiro para março,
houve leve alta de 2,36% nas dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas.

Os técnicos do SPC Brasil argumentam
que a alta expressiva da inadimplência na Região Sudeste foi um fenômeno
localizado, que ocorreu devido à revogação de uma lei no estado de São Paulo
que exigia por parte dos credores o envio de uma carta com Aviso de Recebimento
(AR), antes de efetivar o registro de atraso. “Com o fim da lei, que
burocratizava e tornava mais caro o processo de registrar uma dívida no banco
de dados, muitas das negativações represadas entraram na base de dados de forma
mais abrupta, contribuindo para um aumento da inadimplência não apenas na
Região Sudeste, mas também no Brasil como um todo”, explicou, em nota, a
economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Dívidas em atraso

A pesquisa também apontou um
crescimento de 7,47% na comparação anual com as dívidas em atraso em nome de
pessoas jurídicas. O Sudeste puxou o crescimento com variação de 14,45% no período.
Na comparação mensal, na passagem de fevereiro para março, a variação positiva
foi de 2,40%.

Entre os segmentos devedores, a alta
mais expressiva ficou com o ramo de serviços, que apresentou crescimento de
12,64%. Em seguida, aparecem o comércio (6,12%), a indústria (5,57%) e a
agricultura (3,82%).

Considerando os setores credores, ou
seja, apenas as empresas que deixaram de receber por uma dívida, o ramo de
serviços também lidera, com alta de 9,29% em março. Em seguida, aparecem as
indústrias (6,75%), acompanhadas das empresas do comércio (3,02%). O único ramo
a apresentar recuo foi a agricultura, cuja queda foi de 3,88% no período. De
modo geral, cada empresário inadimplente detém duas dívidas registradas no
banco de devedores, e 70% de todas as pendências são com o setor de serviços,
que inclui instituições financeiras.

O Indicador de Recuperação de Crédito
mostrou que, em março de 2018, o número de empresas que conseguiram recuperar
crédito no acumulado dos últimos 12 meses apresentou queda de 0,79%. Apesar do
recuo na quitação de dívidas, as quedas já foram maiores em períodos mais
agudos da crise, chegando a -8,16% em setembro de 2016.

Dados mostram ainda que do total de
empresas que saíram do cadastro de devedores mediante pagamento a maior parte
(45%) é do setor de comércio, 42% atuam no setor de serviços e 9% estão no ramo
da Indústria.


+ Economia