Reajuste no preço do diesel e da gasolina continuará “a torto e a direito”

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de julho de 2018 às 06:29
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:52
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Consumidor continuará sendo surpreendido a cada vez que parar para abastecer

​A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu não interferir na periodicidade do ajuste do preço da gasolina e do diesel no Brasil. 

A autarquia propôs um debate sobre o assunto em junho por causa da greve dos caminhoneiros, que começou como um protesto pela alta constante do diesel pela Petrobrás. 

A paralisação de 11 dias no fim de maio provocou desabastecimento no País e motivou a saída de Pedro Parente do comando da estatal.A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu não interferir na periodicidade do ajuste do preço da gasolina e do diesel no Brasil. 

A autarquia propôs um debate sobre o assunto em junho por causa da greve dos caminhoneiros, que começou como um protesto pela alta constante do diesel pela Petrobrás. A paralisação de 11 dias no fim de maio provocou desabastecimento no País e motivou a saída de Pedro Parente do comando da estatal.

“O ajuste do preço tem que ser livre, mas vamos tomar algumas medidas para garantir a transparência e a competitividade do mercado”, afirmou o diretor, descartando que o debate tenha sido uma tentativa de interferir na política da Petrobrás. “Tudo o que a ANP faz é intervenção, mas é legítima”, argumentou, dizendo que, se fosse considerado necessário, a agência teria estipulado prazo para os ajustes.

Oddone informou que a ANP vai elaborar uma resolução para criar mecanismos que assegurem a competitividade do setor de combustíveis, como proibir a divulgação antecipada dos ajustes e a fixação de prazo para que os ajustes aconteçam, a exemplo do que a Petrobrás faz hoje. A previsão é que é a norma entre em vigor em até 60 dias.

A resolução deve estabelecer a obrigatoriedade da divulgação de preços efetivos e não dos preços médios, como a Petrobrás faz hoje. “A Petrobrás tem 35 pontos de entrega de combustíveis, quando a gente olha o preço médio da gasolina todo dia, aquilo é preço médio em todos os pontos de entrega no Brasil. É mais transparente que sejam os preços efetivamente praticados”, disse, sem dar detalhes de como isso será feito. 

Outras sugestões, como as relativas à adoção de mecanismos tributários para reduzir a volatilidade dos preços, serão encaminhadas aos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.

A Petrobrás não quis comentar a decisão da ANP. 

Para não desperdiçar as sugestões recebidas, Oddone informou que encaminhará ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a necessidade de avaliar a estrutura de refino no País. As sugestões relativas à adoção de mecanismos tributários para reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis serão encaminhadas aos Ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.

Política de preços. A Petrobrás repassa a variação da cotação do petróleo no mercado internacional, para cima ou para baixo. Desde que alterou sua política de preços, em julho do ano passado, a estatal passou a promover reajustes quase diários dos combustíveis. O fato gerou insatisfação do setor de transporte rodoviário, já que, nos doze meses que antecederam a greve dos caminhoneiros, o preço do diesel na bomba subiu 15,9%, enquanto a inflação acumulada no período foi de 2,76%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


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