Queda de cabelo? Pode ser alopecia areata – conheça o problema

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de julho de 2018 às 20:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:54
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Fios que caem sem parar são um sinal de alerta do organismo. Descubra o que pode estar por trás desse quadro

Ressecamento, pontas duplas, frizz… As queixas
sobre o estado do cabelo podem ser muitas. Só que nem sempre esses problemas
estão relacionados ao jeito que a gente cuida de nossa cabeleira. Às vezes,
eles são manifestações de algo mais profundo que está ocorrendo dentro do nosso
organismo. É o caso da alopecia areata, uma doença que faz
o cabelo cair.

Antes de mais nada, é importante lembrar que a
queda é algo comum e faz parte de um ciclo de renovação.

A dermatologista Denise Steiner, coordenadora
científica da Socidade Brasileira de Dermatologia (SBD), lembra que é normal
dar adeus a mais ou menos 100 fios por dia. “Você deve se preocupar apenas se
perceber que há um número relativamente maior de fios caindo. Se eles estiverem
mais finos e se surgirem áreas sem pelo ou cicatrizes, também é bom
investigar”, informa a médica.

O que é

É uma doença não contagiosa e autoimune
(ocorre quando alguma parte do corpo é atacada pelo próprio sistema
imunológico). “Nesse caso, a estrutura agredida é o folículo pilosebáceo, ou
seja, a raiz dos cabelos. Eles caem sem haver um grande processo que apareça
externamente”, explica a dermatologista. Assim, surgem áreas completamente
arredondadas sem cabelo no couro cabeludo e em outros locais que normalmente
teriam pelo.

Sintomas

Basicamente, a queda dos fios. A área
atingida não coça, não dói nem fica avermelhada. Se a alopecia for leve, surgem
apenas algumas “rodelas” na cabeça. Nos casos mais graves, acomete toda a
região da nuca ou couro cabeludo. Também pode ser generalizada, afetando o
corpo todo.

Causa

Normalmente, é associada a
determinados gatilhos, como estresse, infecções, períodos de muito cansaço ou
uso de alguns tipos de remédios. “Há também o componente genético, embora a
doença não seja ligada estritamente ao DNA. A verdade é que, na grande maioria
das vezes, não conseguimos saber a causa”, informa Denise.

Quais as pessoas mais afetadas?

Todos os sexos e todas as faixas
etárias são atingidos. Porém, crianças que já têm alergias, como
bronquite, rinite e eczema de pele, e cujos pais também têm a doença,
tendem a desenvolver um quadro pior.

Tratamento

Infiltração de corticoide: é o mais potente e
simples, indicado para os casos mais leves. O corticoide é um anti-inflamatório
que neutraliza o efeito dos anticorpos que causam a inflamação. Nas situações
graves, ao invés de ser injetado, pode ser ingerido via oral junto com outros
medicamentos imunossupressores.

Tratamento imunoterápico: é utilizado em
casos mais extensos e que não responderam ao tratamento convencional.
Primeiramente, uma substância chamada difenciprona é colocada nas regiões da
pele não afetadas pela doença. Após 15 dias, aplica-se novamente uma pequena
dose (dessa vez, no local da alopecia areata).

Esse procedimento deve ser repetido semanalmente,
aumentando a quantidade do fármaco até que o organismo do paciente se torne
alérgico à substância, o que deixa a região avermelhada. “Dessa maneira, cria-se
um quadro de dermatite de contato e, assim, a inflamação inicial é eliminada”,
esclarece a médica. Geralmente, o resultado é bem satisfatório.

Medicamentos biológicos: artigos
científicos mostram a eficácia de remédios inibidores da enzima Janus kinase, que impediriam a ação da inflamação.
Porém, o acesso a eles ainda é caro, já que ainda estão em fase de testes.

Quais os tipos de queda de cabelo?

Alopecia androgenética: é a popular
calvície. Há o afinamento progressivo dos fios, principalmente no topo da
cabeça. É genética e, ao contrário da areata, não deixa áreas localizadas. Ela
pode piorar se houver alguma alteração hoemonal, como no caso de mulheres com
ovário policístico.

Eflúvio telógeno: é caracterizada pela queda difusa, mas sem
afinamento dos fios. É provocada por remédios, estresse, cirurgias, anemia ou
alterações da tireoide. Deve-se tratar as causas para se livrar da doença.

Alopecia fibrosante frontal: causa atrofia e
endurecimento da pele, que é substituída por um tecido fibroso. Isso faz com
que os fios caiam e não voltem a nascer. O tamanho da testa aumenta e o cabelo
afina. Os tratamentos ainda são bastante variados e não há consenso sobre eles.


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