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O
corredor de ônibus que a Prefeitura pretende instalar na Avenida Saudade, no
bairro Campos Elíseos, divide a opinião de comerciantes e moradores em Ribeirão
Preto. O mesmo estudo visa implantar outro corredor na Avenida Dom Pedro I, no
bairro Ipiranga, onde lojistas já temem pela queda nas vendas.

Em nota, a Prefeitura informou que o projeto faz parte
do plano de mobilidade urbana para trazer melhorias para o trânsito e para o
transporte público da cidade.

Com as alterações propostas pelo estudo, será proibido o
estacionamento à direita na avenida do bairro Campos Elíseos. As vagas de área
azul retiradas serão redistribuídas pelas ruas que cortam a via.

Os comerciantes estão receosos com as mudanças e os
possíveis prejuízos que podem surgir. Eles dizem que o trânsito no local não
exige alterações. “Todos os ônibus que passam aqui, passam só em horário de
pico e não tem necessidade de colocar corredor de ônibus. Se colocar, fica pior
o comércio e já não está bom. A gente tem que procurar outra alternativa e não
colocar o corredor”, diz Sidney Sandrin.

A comerciante
Dina Caldo Silva também teme que as vendas sintam o reflexo dessa mudança no
trânsito. Para ela, o local não exige um espaço exclusivo para o transporte
coletivo urbano. “Eu acho uma grande preocupação. A Avenida Saudade não tem
congestionamento, o trânsito flui normalmente. Agora, com o corredor do ônibus,
aí sim vamos ter congestionamento. O pessoal não vai vir para o comércio, vai
nos prejudicar”, afirma.

Morador há 60
anos, o aposentado Izidoro Caldo Filho diz que o estudo para implantação de um
corredor deveria ser destinado para pontos com fluxo mais intenso de veículos. “Sou
a favor de uma mobilidade maior e melhor porque o trânsito é um caos. A Avenida
Saudade não é para este momento ainda, não vejo essa necessidade. Deveria ser
feito esse corredor de ônibus em outras avenidas, principalmente a Avenida
Independência, que não tem”, afirma.

O governo municipal deu início
ao processo de licitação no mês passado. O plano é construir uma faixa
exclusiva para os ônibus. A previsão é que esteja concluída em um ano. Ela
parte da rua Guiana Francesa e segue por toda extensão da Avenida Saudade até
terminar na Avenida Francisco Junqueira.

De acordo com a
Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp), o estudo
ainda está em fase de licitação.

Em
contrapartida, há quem comemora as alterações ao longo da avenida. A gerente
Talita Bastos acredita que o trânsito vai fluir melhor após a instalação do
corredor. “Eu acho que vai facilitar muito o trânsito, tanto para os carros
quanto para nós. Chega no final da Saudade, vira aquele ‘vuco’ de carro, de
ônibus. O coletivo vai dando seta e virando em cima da gente, é um horror. Com
a faixa, ficaria mais rápido de locomoção, porque seria uma faixa exclusiva”,
diz Talita.

A auxiliar de
limpeza Sandra Aparecida de Souza depende do coletivo diariamente e, para ela,
a mudança ainda pode evitar acidentes. “Fica melhor para a gente, o ônibus vai
mais rápido. O trânsito não ajuda, por isso tem gente que morre
atropelada.”

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