Projeto da USP sugere obras para acabar com enchentes em Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 10:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:24
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Plano foi feito há 7 anos, mas nenhum item saiu do papel. Transbordamento dos córregos causa transtornos

Sete anos após um estudo desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica da Universidade de São Paulo (USP), para solucionar o problema recorrente das enchentes em Franca, a Prefeitura ainda não viabilizou o projeto. 

A obra está estimada em R$ 300 milhões, segundo o órgão.

O plano sugere a instalação de reservatórios de água nos córregos que cortam a cidade, além de criar condições para uma gestão sustentável da drenagem urbana e propor uma ação global para o município.

Em nota, a Prefeitura de Franca disse que realiza estudos e busca alternativas, como viabilizar financeiramente obras para sanar problemas com as enchentes. Ainda segundo o Executivo, um dos projetos já está sendo desenvolvido.

O problema das enchetes é antigo. O município é formado por três colinas, onde estão as regiões Estação, Centro e Santa Cruz. Entre essas áreas, no entanto, ficam duas regiões mais baixas por onde passam os córregos dos Bagres e Cubatão. 

As precipitações deste ano, com o janeiro mais chuvoso desde 2016, expõem a incapacidade de escoamento pluvial.

No começo de fevereiro, os córregos transbordaram e alagaram algumas das principais avenidas da cidade. A água invadiu casas e lojas e causou transtornos a moradores. 

Na Avenida Doutor Ismael Alonso y Alonso, a água subiu tão rápido que um motorista precisou abandonar o carro e saiu no meio da enchente.

Problema recorrente

Quando o céu de Franca fica carregado de nuvens escuras, os comerciantes já começam a ficar preocupados. É o caso do lojista Fabrício Freitas Pereira, que, há dez anos, vende ferramentas na Avenida Hélio Palermo.

“A gente fica muito assustado, com muito medo, em relação a essas chuvas. Nossos clientes já sabem desse medo, desse transtorno, então, eles evitam passar na nossa loja quando chove. Já perdi várias vendas, vários clientes, devido a isso. E a preocupação só vem aumentando”, diz.

O medo também é compartilhado pelo aposentado Luiz Antônio Scaion, que diz evitar passar pela região dos córregos dos Bagres e Cubatão, justamente por causa das enchentes constantes.

“Tenho medo. Tento que evitar passar por aqui, pois a gente não pode facilitar. Vira um rio, um mar. Tem que melhorar isso”, afirma Scaion.

Alternativas

O estudo da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica, desenvolvido entre 2010 e 2013, mostra as alternativas para evitar as enchentes na cidade.

O engenheiro civil, especialista em hidráulica e recursos hídricos, Rodrigo Martins Lucci, participou da elaboração do plano de drenagem urbana. 

Segundo ele, o município já tem o projeto para solucionar os problemas de alagamentos, porém, falta a administração colocar em prática.

“Foram propostos alguns reservatórios na região do córrego dos Bagres. Esses reservatórios nas épocas de chuva, acumulam volume por certo tempo, ou seja, a água sai do canal, fica reservada em um ponto, para que, depois dessa chuva, volte a jogar essa água que o reservatório segurou, no próprio canal”, explica.

Lucci explica que isso evitaria o transbordamento, conforme planejado no levantamento. “Quando essas obras estiverem prontas, o reservatório vai deter o volume suficiente para que o canal não transborde.”

A Prefeitura informa que contratou uma empresa para fazer o projeto de alargamento e aprofundamento do Córrego Cubatão, com obras de acessibilidade. 

Uma reunião foi realizada nesta semana para ajustes técnicos entre representantes e engenheiros.

“É uma obra de alto investimento, e o compromisso da empresa é apresentar a versão final do projeto, com os ajustes solicitados, até março, para que seja feito o processo de licitação”, disse.

Confira as soluções propostas pelo projeto

  • Ampliação e adequação da canalização, e implantação de reservatórios de detenção na bacia dos córregos dos Bagres e Cubatão;
  • Ampliação e adequação da canalização, e implantação de reservatórios de detenção;
  • Intervenção nos canais e redução das velocidades, mudando o regime de escoamento de torrencial para fluvial;
  • Na Bacia do Espraiado: implantação de parques lineares e adequação da represa do Castelinho e do Parque Alagável;
  • Nas demais bacias urbanas: implantação de parques lineares, com adequação de travessias;
  • Nos parques lineares: obras de ampliação de canal, que promovem o amortecimento das descargas afluente.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2020/02/20/projeto-da-usp-sugere-obras-para-acabar-com-enchentes-em-franca-sp-custo-e-de-r-300-milhoes.ghtml


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