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Paraquate está associado à doença de Parkinson em trabalhadores e foi proibido pela Anvisa em 2017
A restrição ao agrotóxico Paraquate, usado no milho e na soja, começa
nesta quinta-feira, 22 de março. Em estudos conduzidos pela Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) e a Fiocruz, a substância foi associada à
doença de Parkinson em trabalhadores que entraram em contato com o produo.
Segundo a Anvisa, os indícios de que o agrotóxico pode levar à doença
foram encontrados em agricultores — e não há evidências de que os resíduos
encontrados nos alimentos levem à condição.
A doença de Parkinson é uma condição neurológica degenerativa que leva
ao tremor, rigidez, distúrbios na fala e problemas de equilíbrio.
Pelos estudos, a partir de quinta-feira, 22 de março, agricultores
deverão assinar um termo de risco e de responsabilidade sobre o uso do produto
e empresas deverão desenvolver folhetos em que enfatizem a toxicidade aguda do
paraquate e associação à doença degenerativa.
Distribuidoras do composto também deverão promover cursos para orientar
usuários sobre o melhor manejo do agrotóxico. Também foram proibidos a venda de
galões menores que 5 litros.
O paraquate é utilizado na agricultura no Brasil para o combate de ervas
daninhas em culturas como a do milho, algodão, soja, feijão e cana-de-açúcar.
Proibição e estudos
Em setembro de 2017, a Anvisa decidiu proibir a comercialização do
paraquate em todo o território brasileiro. Essa proibição, no entanto, só será
válida em três anos a partir da decisão.
Assim, as restrições que começam a partir de quinta fazem parte de uma
transição para a proibição total.
A agência começou a analisar o produto em 2008. Segundo relatório do
GGTOX, grupo de trabalho de toxicidade da Anvisa, o produto tem qualificação
toxicológica I, considerado extremante tóxico.
De acordo com a análise das evidências científicas, o grupo considerou
haver peso suficiente para comprovar o potencial do herbicida de induzir
aberrações cromossômicas em células.
Ainda,
em análise da Fiocruz em 2009, foram encontradas evidências suficientes na
literatura científica relacionadas à intoxicação aguda e à capacidade do
produto de desregular hormônios. Também o paraquate pode promover mutações
celulares e afetar o sistema reprodutivo.