Proibição a rodeios cresce em cidades do Estado de SP e polêmica continua

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de setembro de 2017 às 11:28
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:21
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Liminar do TJ-SP suspendeu a lei municipal, aprovada em Marília, que permitia os rodeios

A questão da liberação ou não da realização de rodeios continua gerando polêmica e acaloradas discussões dos contras e dos favoráveis à realização de rodeios, tendo de um lado os amantes desta cultura e de outros, pessoas e entidades defensoras dos animais, sob alegação de maus tratos. 

Na cidade de Marília (SP), por exemplo, a proibição ganhou nesta semana mais um capítulo para engrossar a polêmica que surgiu desde que a Câmara de Vereadores entrou no debate. 

Uma liminar do Tribunal de Justiça (TJ-SP) suspendeu a lei municipal, aprovada em maio deste ano, que permitia a realização deste tipo de atividade.

O juiz Beretta da Silveira, do TJ, aceitou os argumentos da Procuradoria Geral de Justiça que moveu Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a prefeitura, que sancionou a lei, e também contra Câmara, que a aprovou. 

Com isso, os rodeios voltam a ficar proibidos em Marília até que a ação seja julgada em sua totalidade.

No processo, a Procuradoria analisou os artigos do projeto de lei de autoria do vereador Evandro Galete (PTN) e, num deles, encontrou fatos indicativos de que os rodeios praticam maus-tratos contra os animais.

O artigo em questão afirma que “o manejo e a condução de animais só serão permitidos com utilização do condutor elétrico pelo médico veterinário ou tratador supervisionado”. 

Segundo a Procuradoria, a lei municipal permite “práticas nocivas” aos animais, que acabam submetidos a “intenso sofrimento físico”.

Com base nesses argumentos, a Procuradoria entrou com o pedido de liminar, aceito pelo juiz Beretta da Silveira, que suspendeu o projeto de lei e a realização dos rodeios na cidade, “até que se efetive o julgamento final desta contenda”.

O magistrado destacou ainda em sua sentença que a Constituição estabelece que o município é obrigado a defender os animais e, com isso, evitar maus-tratos e crueldade.

As provas de rodeio não eram realizadas em Marília desde 2009, desde quando vigorava uma liminar favorável a ação proposta por uma associação de proteção animal. Com a aprovação da lei, em maio, os rodeios voltaram a ser permitidos.

Outro lado

A prefeitura de Marília, que aparece com ré no processo, afirmou através de sua assessoria de imprensa não vai se manifestar até receber a notificação oficial.

Já o vereador Evandro Galete informou que a Câmara, também ré, vai entrar com mandado de segurança para tentar reverter a liminar com base no argumento de que os rodeios não praticam maus-tratos aos animais.

Galete destaca ainda que a lei aprovada em Marília segue a legislação federal, que diz que os rodeios são patrimônio cultural do Brasil.


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