Programa jovem agricultor do futuro Senar AR/SP ajuda a formar cidadãos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de março de 2018 às 12:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:35
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A duração do programa é de 150 dias letivos, divididos em 9 módulos, totalizando 600 horas/aulas

​Quando ouviram sobre o Programa Jovem Agricultor do Futuro, as estudantes Caroline Irene de Freitas Villanova, de Mogi Mirim (SP), e Beatriz Stefanie Pires, de Estiva Gerbi (SP), enxergaram não só uma oportunidade de aprender algo que já fazia parte do cotidiano familiar, mas também uma forma de utilizar as tardes livres, depois da escola.

Filha de produtores de laranja e milho, Caroline se interessou pelo curso quando instrutores visitaram a escola onde ela estudava e apresentaram uma oportunidade para desenvolver competências técnicas, valores sociais e perspectivas de trabalho no meio rural.

O programa do qual ela fez parte é uma iniciativa do SENAR AR/SP, em parceria com o Sindicato Rural de Mogi Mirim, que pode organizar os cursos nos municípios de Artur Nogueira, Conchal, Engenheiro Coelho, Estiva Gerbi, Holambra, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Santonio de Posse, conforme a demanda e disponibilidade de estrutura para o desenvolvimento das ações.

Diferenciais

A duração do programa é de 150 dias letivos, divididos em 9 módulos, e tem as aulas ministradas apenas no período da manhã ou da tarde, totalizando uma carga horária total de 600h. 

As aulas são ministradas por 2 instrutores do SENAR AR/SP, sendo um responsável pelo conteúdo da parte pedagógica do programa e o outro pelo conteúdo da parte técnica.

Além dos dois instrutores, em algumas oficinas que tratam de temas mais específicos, pode ocorrer a contratação de um terceiro profissional para ministrar o conteúdo, sendo o caso das oficinas de Tecnologia da Informação, Promoção da Saúde e Marketing e Comercialização.

Caroline mora em Mogi Mirim, mas frequentou a turma em Mogi Guaçu. Uma empresa local apoiou o projeto e cedeu o ônibus para o transporte dos alunos até a propriedade rural e o local para a realização das aulas práticas.

A participante concluiu o programa, mas não pensa em parar. No próximo ano, ela ingressará no curso de Engenharia Agronômica.

“Já pensava em um curso superior, mas se eu quiser começar meu próprio negócio de produção orgânica hoje, por exemplo, eu sei como fazer. Esse mercado tem crescido bastante e é muito bom aprender algo”, comenta Caroline.

Impacto Causado

O presidente do Sindicato Rural de Mogi Mirim, José Luiz da Cunha Claro, e a coordenadora de cursos da unidade, Cristina Borgheti, explicam que o principal objetivo do curso é auxiliar e incentivar o jovem a ampliar o autoconhecimento, pesquisar sobre as possibilidades e as perspectivas de mercado de trabalho existentes atualmente no meio rural.

O conteúdo do Programa Jovem Agricultor do Futuro abrange aulas teóricas e práticas de preparação do solo, controle de pragas e manejo orgânico, além de gestão de propriedade rural, ética, respeito ao próximo, direitos e deveres.

“A grade é estruturada com base em quatro conceitos: aprender a ser, conhecer, conviver e fazer”, detalha Cristina, que está à frente da coordenação, na região de Mogi Mirim, desde 2013.

Todo o material é organizado em apostilas e a formação cidadã é um dos primeiros tópicos estudados. 

Foi exatamente esse tema que mais chamou atenção de Beatriz, de Estiva Gerbi. 

Ela concluiu o programa, em 2014, e hoje cursa o ensino superior em Pedagogia. Sua origem no campo vem do avô, que cultivava abóbora, berinjela e pepino.

Beatriz também descobriu o programa, após uma visita dos instrutores na sua escola, e se interessou porque todos os colegas o elogiavam. 

“O material sobre cidadania, disponibilizado pelo Senar, serviu de referência para minha carreira”, ressalta a futura pedagoga. Ela planeja agora se tornar professora, na rede pública de ensino, e se especializar no ensino infantil.

O sucesso do programa também se verifica em números. A edição de 2017 desenvolvida em parceria com o Sindicato Rural de Migi Mirim formou 82 jovens agricultores, em três turmas diferentes. 

Nos últimos cinco anos, 428 participantes finalizaram o curso e vários, assim como Caroline e Beatriz, seguiram para um curso superior.

Os filhos de trabalhadores e produtores rurais, entre 14 e 18 anos incompletos, que desejam ingressar no Programa Jovem Agricultor do Futuro, devem procurar o Sindicato Rural de Mogi Mirim, a fim de obter informações sobre as inscrições.

O programa costuma receber apoio também das prefeituras locais, que disponibilizam o transporte gratuito dos alunos até o sítio utilizado para as aulas práticas, mas os alunos devem estar matriculados, pelo menos, no ensino secundário, para participar.

Sobre a FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo)

Com sede e foro na cidade de São Paulo, a FAESP ocupa atualmente 99% de seu edifício sede, na Rua Barão de Itapetininga, e conta com três centros técnicos, em São Roque, Mirante do Paranapanema e Ribeirão Preto. 

A FAESP mantém sua malha sindical em 86% do Estado, por intermédio de seus sindicatos rurais e respectivas extensões de base, presentes em 557 dos 645 municípios paulistas, atuando e contribuindo diretamente no desenvolvimento dos cursos e atividades do SENAR AR/SP. 

Além de amparar e defender os interesses gerais da categoria econômica, a FAESP tem como missão representá-la perante os poderes públicos federais, estaduais e municipais, colaborando com estes no estudo e solução de todos os assuntos que, direta ou indiretamente, possam fomentar-lhe a coesão, o fortalecimento, bem como a expansão da economia nacional.

Sobre o SENAR-AR/SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo)

No Estado de São Paulo, o SENAR foi criado em 21 de maio de 1993, no seio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, sob a administração do Presidente Fábio Meirelles, sendo administrado por um Conselho Administrativo, cujo presidente nato é o próprio Presidente da FAESP, e tem entre seus conselheiros o Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo – FETAESP.


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