Programa em SP projeta usinas de etanol gerando energia 12 meses ao ano

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 12 de julho de 2017 às 16:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:15
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Meta é injetar biometano na rede e na entressafra utilizar gás natural para gerar na base

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O governo do estado de São Paulo está com um projeto de incentivo ao gás natural para que o insumo chegue às usinas de açúcar e etanol em seu território que tenham geração elétrica para que estas possam gerar os 12 meses do ano. A ideia é de que em até cinco anos já haja a disponibilidade do insumo bem como as empresas interessadas tenham feito os investimentos para o uso do biogás derivado da vinhaça e possam entrar com essa energia na base ao invés de injetar energia na rede apenas nos cerca de oito meses de safra. Segundo o secretário estadual de Energia e Mineração de São Paulo, João Carlos Meirelles, é possível aumentar a geração dessas usinas em até 50%.

“Levantamos junto à Gás Brasiliano, a empresa que detém a maior extensão territorial de concessão no estado quantas usinas temos em um raio de cinco a 20 quilômetros de distância da rede de dutos e chegamos a um número de 65 usinas dentre as 166 que temos em São Paulo”, disse Meirelles após sua participação no Brasil Solar Power 2017. Essas usinas, continuou, precisam realizar investimentos para entrar nesse programa porque prevê a injeção do biometano, um gás derivado da vinhaça na rede – e cuja regulamentação foi feita pela ANP – quando há excedente e receberão o insumo para a geração de energia nos meses em que o gás próprio não estiver disponível.

Assim, explicou, essas usinas conseguem atender à geração de energia por todo o ano e com isso pode-se ajudar na eliminação de um gargalo para a expansão das renováveis que é a falta de energia firme de base. O executivo defende que o gás natural seja utilizado como o combustível de transição no Brasil até que as fontes renováveis complementares, notadamente a eólica e a solar, realmente cresçam ao ponto de o país minimizar a necessidade do uso de gás.

“O gás é um combustível de transição de geração na base e daqui a 20 ou 25 anos tanto a solar quanto a eólica levarão a descartar o gás, mas precisamos dessa fonte para até suporta a maior presença das renováveis na nossa matriz”, disse ele. Essa energia de base se faz necessária ao passo que outras alternativas que viabilizem as fontes classificadas por ele como intermitentes, como o armazenamento em baterias, ainda são caras para sua implantação em larga escala.

Programa Solar – O governo está finalizando a análise de uma proposta para viabilizar um projeto que visa implantar sistemas de geração solar fotovoltaica em 5 mil das 5,4 mil escolas da rede estadual de ensino. A proposta apresentada envolve um investimento privado nas unidades educacionais que soma R$ 1,1 bilhão e tem duração de 15 anos após a sua total implantação que deve levar três anos.

“Agora estamos trabalhando para concluir a análise de viabilidade dessa proposta privada. Se for aprovada a ideia haverá uma chamada pública, pois somos obrigados a realizar essa sessão, e quem ganhar o leilão fará esse investimento e terá como remuneração uma parcela da redução do consumo da energia dessas escolas”, disse Meirelles.

O governo do estado simplificará o processo de licenciamento ambiental para projetos solares em seu território. A medida está para ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial do Estado autorizando essa medida como forma de incentivo à fonte e assim agilizar o processo para os investidores interessados.


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