Produto que mata as larvas do mosquito Aedes aegypti é lançado no Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 23:09
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:33
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Comprimido para ser colocado em recipientes que contenham água parada é eficaz e não oferece risco

Na última década, mais de 12 milhões de brasileiros foram
diagnosticados com dengue, doença transmitida por uma picada do Aedes aegypti.
Como se não bastasse, o mesmo mosquito começou a ser o culpado por outras
infecções no nosso país, como o zika e o chikungunya – e ainda há o temor de a
febre amarela, por ora restrita aos ambientes silvestres, migrar para as
cidades e ser mais um vírus que depende desse inseto para circular no meio
urbano.

Nesse verdadeiro cenário de guerra, surge uma nova estratégia
para combater essa ameaça tripla (quase quádrupla): a empresa BR3, do Centro de
Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) da Universidade de São Paulo
começou a vender recentemente o DengueTech, um comprimido que é colocado em
recipientes que tenham água parada, como vasos de plantas, calhas, flores
grandes e cascas de árvores.

Após algum tempo, o tablete se dissolve e libera uma série de
proteínas e bactérias da espécie Bacillus
thuringiensis israelensis
, conhecida pela sigla BTI. Esse
micro-organismo mata as larvas do Aedes
que se aproveitam daquele espaço. “Esse agente biológico não agride o ambiente,
não permite que o mosquito desenvolva uma resistência à sua ação e ainda é
recomendado pela Organização Mundial de Saúde”, lista o engenheiro Rodrigo
Perez, da BR3.

O
produto, que já está aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, é
resultado de três décadas de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de
Janeiro. “Eles fizeram um trabalho colossal de coletar e estudar inúmeras cepas
de bactérias da biota brasileira até descobrirem as potencialidades da BTI”,
destaca Perez. Após todo esse período na bancada do laboratório e uma série de
ensaios científicos, o composto está finalmente disponível para a população.

Outro
ponto positivo do DengueTech está em sua sustentabilidade: ele não interfere no
meio ambiente ou na saúde de outros animais. Nem mesmo o pernilongo comum morre
se tiver contato com a recipiente onde um tablete foi colocado. Cachorros e
gatos também não terão nenhum problema se, porventura, tomarem a água empoçada
que recebeu o novo tratamento.

Arsenal ampliado

A
novidade se soma a uma série de outras estratégias que tentam controlar o Aedes
aegypti
, como mosquitos transgênicos e a inoculação de bactérias Wolbachia.
Além delas, eliminar qualquer ponto de água parada continua como uma atitude
essencial que todos nós devemos fazer sempre em nossas casas e em nossos
bairros, principalmente nos meses de verão, quando chove mais em todo o país.

O
DengueTech será vendido no site da empesa e em pontos de venda físicos, como
farmácias. A embalagem com três tabletes custará R$16,50, enquanto a com dez
unidades sairá por R$49,99.


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