Produção de cana de açúcar registra redução de 4% na região e situação preocupa

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  • Publicado em 1 de março de 2019 às 00:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:25
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Área em produção de cana na região também diminuiu, de 359 mil hectares em 2017 para 355 mil em 2018

Enquanto alguns segmentos
econômicos começam a vislumbrar melhorias na produtividade e vendas, outros
ainda amargam resultados negativos. Um deles é o de cana de açúcar. É que sua
produção na região de Ribeirão Preto caiu 4% na safra 2017/2018, segundo o
Instituto de Economia Agrícola, órgão da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo.

Os dados mostram que foram
26,7 milhões de toneladas produzidas pelas 26 cidades que fazem parte do
Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Ribeirão Preto. Na safra
2016/2017, foram 27,8 milhões de toneladas.

A área em produção de cana na região também diminuiu, de 359 mil
hectares em 2017 para 355 mil hectares no ano passado. Segundo o IEA, além do
mercado, a expansão urbana na região de Ribeirão Preto também contribui para
essa redução de área.

Os números se referem apenas à produção para a indústria, que tem
como destino a moagem em usinas para a fabricação de etanol e açúcar.

Clima e mercado

“As chuvas irregulares, os canaviais mais velhos e fragilizados e
o preço do açúcar, que vem declinando diante do superávit da produção mundial,
são alguns dos fatores que impactaram a produção menor. Informa-se também que,
nessa safra que se finaliza, o volume industrial produzido foi mais voltado a
produção de etanol, em relação à produção de açúcar”, explicam os pesquisadores
do IEA.

Ainda segundo o instituto, a alta dos custos de produção na safra
2017/18 impactou os usineiros. “Nesta temporada, ficou mais caro produzir
cana-de-açúcar e consequentemente seus produtos, que não recompensaram a
contento: o açúcar remunerou 10,75% a menos do que na temporada 2016/17 e o
etanol, mesmo mais valorizado, não teve força suficiente para gerar lucro real
para as usinas.”

Preços baixos da commodity, clima adverso para a cultura e
consequente redução da matéria-prima, além da greve dos caminhoneiros, são
alguns fatores que incidiram no lado dos custos na balança das usinas, segundo
o instituto.

 “O setor continua em crise acarretando um menor investimento
na renovação de canaviais e no plantio de áreas novas.”

Segundo o IEA, a produção de cana para indústria concentra-se em
dez EDRs que representam 55,5 % do total da produção estadual: Ribeirão Preto,
Barretos, Orlândia, Andradina, Araraquara, São José do Rio Preto, Jaboticabal,
Jaú, Presidente Prudente e Catanduva.


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