​Prefeitura e lideranças buscam soluções para retorno das atividades

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de março de 2020 às 16:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:32
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Ficou decidido que por enquanto, lojas e indústrias de Franca devem permanecer fechadas até 7 de abril

Gilson de Souza fala para o grupo de lideranças durante a reunião

​A Prefeitura de Franca voltou a ser palco na manhã dessa sexta-feira (27) de uma nova reunião do prefeito Gilson de Souza.

Estiveram com ele os representantes da indústria de calçados, dos trabalhadores, da Acif, dos Varejistas e comerciários, médicos e membros do Ministério Público. 

O objetivo coletivo do grupo foi avaliar a situação de momento ocasionada pelo Covid-19 e seus impactos na população e na economia.

O grupo pensa em como adotar medidas que permitam o retorno das atividades do comércio e indústria gradativamente em Franca, desde que precedidas da adoção de medidas preventivas e de segurança que a situação exige.

Enquanto isso, o decreto que prevê a suspensão das atividades nas fábricas e parte do comércio na cidade deve ser respeitado. 

O prefeito, em sua fala de abertura, agradeceu a presença e o empenho de todos na busca de encontrar um caminho, enfatizando que o momento é crítico e exige sabedoria de todos os envolvidos.

Pontuou que tomou as decisões até aqui de forma coletiva, a partir dos apelos das lideranças dos setores da indústria, do comércio e da saúde, que previam um quadro sombrio com avanço dos casos de coronavírus no país. 

Foi destacado também que, por conta dessas providências, a cidade tem um quadro diferenciado em relação a outras, sem nenhum registro positivo, pelo menos até na quinta-feira.

O presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto

INDÚSTRIAS

Os presidentes do Sindifranca (Sindicato da Industria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, e dos Trabalhadores, Sebastião Ronaldo, falaram em seguida, defendendo a manutenção das restrições em vigor até o dia 7 de abril. 

“Vamos acatar um pedido feito pelas próprias lideranças sindicais, de manter o fechamento por mais a semana que vem para as fábricas encontrarem medidas para poder abrir com segurança”. 

“Os dois acordaram de avaliar juntos os ajustes que precisaram ser feitos para isso”, disse o prefeito.

Brigagão entregou um Plano de Ação, contendo diversas medidas a título de sugestão e obrigatórias, a serem adotadas pelas empresas, com prazo durante a semana para as adequações e retorno das atividades no dia 8, após o término da vigência do Decreto Municipal em vigor. 

O dirigente dos trabalhadores, por sua vez, foi solidário com as medidas, mas ponderou que precisaria conhecer o plano dos empresários, pedindo que conversem e avaliem juntos. 

Isso será feito até segunda-feira, dia 30, quando nova reunião voltará a ser feita na Prefeitura. O Plano de Ação foi encaminhado para a avaliação da Vigilância Sanitária.

Nesse intervalo, o prefeito tentará contato com o governador João Dória, para mostrar-lhe a ansiedade das classes empresarial e trabalhadora da cidade, do comércio, indústria e serviços.

O sentido é de obter dele a flexibilização do seu Decreto de tal forma que, com as medidas de proteção recomendadas pelas autoridades da saúde, as atividades comecem ser retomadas por etapas.

João Batista e Tarcísio Bôtto, da Acif, e Michel Sad, do Sindicato Varejista

COMÉRCIO 

As lojas devem seguir os decretos estadual e municipal em vigor e permanecer fechadas em Franca, exceto os serviços essenciais, como do setor de alimentos, até dia 7 de abril. 

“O decreto da Prefeitura para fechamento do comércio seria por sete dias, terminaria nesta sexta-feira, mas o governador do Estado fez um decreto para as lojas fecharem em todos os municípios do Estado até o dia 7 de abril”. 

“Franca tem que atender. Estamos seguindo o governador Dória, tivemos que fazer esse alinhamento”, explicou o prefeito Gilson de Souza, ressaltando que aguarda também um plano de trabalho da Acif para ver a possibilidade de retorno, com segurança, e com anuência do governo estadual.

O promotor de Justiça Eduardo Tostes, presente na reunião, explicou que, mesmo se o prefeito suspendesse seu decreto para o comércio voltar a funcionar, não adiantaria, pois o decreto do governador João Dória, que segue com fechamento até 7 de abril, prevaleceria.

Tostes ressaltou o acerto das medidas tomadas pelo prefeito, em seu entender, corretas e no momento certo. 

“As autoridades médicas têm atestado que as medidas adotadas em Franca têm dado certo para evitar a epidemia. Não tem porque agora desesperar, temos que agir com calma, tomar as decisões necessárias”. 

“Minha proposta é que o decreto seja mantido, sim, para ter tempo de planejar com as lideranças da indústria, do comércio e com a participação dos trabalhadores, para uma volta responsável”. 

“Não sabemos ainda como, se será de forma gradual, porque a epidemia vai sofrendo alterações e temos que estar atentos a isso”, afirmou Tostes.

O presidente da Acif, Tarciso Bôtto, perguntou ao médico Daniel Haber, presidente da Unimed, como avaliaria um possível retorno do comércio na próxima semana. 

Haber disse que ‘poderia, mas seria arriscado’. A Acif se comprometeu, então, a elaborar um plano de ação para retorno gradual do comércio. A proposta deve ser apresentada ao prefeito na segunda-feira.

Nova reunião com os setores do comércio e a própria Acif e Sindicato Varejista será feita também na segunda-feira em horário a ser definido.

(Fotos: Sindifranca/Divulgação)


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