Prefeito usa propostas de vereadores, mas não dá crédito aos autores

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de novembro de 2017 às 07:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:26
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Pelo menos quatro sugestões foram acatadas, mas divulgadas como se fossem de Gilson

O prefeito Gilson de Souza (DEM) tem mantido um relacionamento distante da Câmara dos Vereadores de Franca. São vários os pontos que levam a esta conclusão, a começar da falta de um interlocutor direto com os parlamentares.

Os projetos chegam muitas vezes sem qualquer explicação ou articulação para serem votados na Câmara. Isso, por si só, já irrita parte dos vereadores. Fora isso, Gilson não esconde preferência a alguns vereadores, que participam de reuniões, eventos e têm acesso privilegiado a informações que os demais não possuem.

Mas o que mais tem causado indignação aos parlamentares é a “apropriação”, pelo prefeito, de propostas feitas por eles e colocadas em prática sem que qualquer menção seja feita ou crédito destinado ao Legislativo.

Quatro situações comprovam esta queixa dos vereadores. Em uma delas, um comissão formada pelos vereadores Della Motta (Podemos), Cristina Vitorino (PRB), Adermis Marini (PSDB) e Kaká (PSDB) esteve na Rodoviária e constatou a desassistência aos migrantes.

Sugeriram ao diretor do local, Marlon Olien Sanches, que fosse instalado um ponto de assistência ao migrante, pois impediria em parte que essas pessoas ficassem perambulando pelas ruas. O prefeito inaugurou o Centro do Migrante, mas os vereadores que apresentaram a proposta sequer foram chamados para a inauguração.

Outra proposta encampada pelo prefeito foi a de Kaká, de que fosse estudada uma campanha de conscientização contra o builling nas escolas públicas. Novamente, a proposta foi colocada em prática pela administração. A paternidade foi novamente atribuída ao prefeito. Kaká foi ignorado.

O presidente da Câmara de Franca, Marco Garcia (PPS), também sugeriu uma campanha, mas contra a crescente mendicância na cidade. A Prefeitura colocou a referida campanha nas ruas, mas novamente ignorando a paternidade da proposta.

Esta semana, mais uma prova de que o prefeito não é afeito a reconhecer a origem de boas ideias. No início do ano, o vereador Claudinei da Rocha apresentou requerimento para que a Emdef reformasse o ponto de ônibus próximo ao Museu Histórico, pois o mesmo estava sem cobertura e deixando passageiros expostos a sol e chuva.

Pois o prefeito anunciou que fará as melhorias propostas por Claudinei, porém, o vereador foi totalmente “esquecido”, com a iniciativa estando vinculada à Emdef e ao próprio prefeito, em mais uma demonstração de falta de ética política e respeito com as sugestões do Poder Legislativo, comportamento que poderá, sim, trazer consequências.


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