Preços do diesel e gasolina devem sofrer alta nas refinarias nos próximos dias

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  • Publicado em 7 de janeiro de 2020 às 10:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:13
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Petrobras deve aguardar trajetória do petróleo antes de decidir se repassa alta para combustíveis

Sem reajustar diesel e gasolina há semanas, a Petrobras está com margens apertadas e deverá elevar os valores cobrados nas refinarias nos próximos dias, caso as altas dos preços no mercado internacional devido a tensões no Oriente Médio se mantenham, avaliaram especialistas.

Por que os preços do petróleo começaram a subir? Um ataque dos Estados Unidos matou um dos mais importantes comandantes militares do Irã na semana passada, elevando o temor de um conflito na região.

Como estão os preços do petróleo? Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam hoje em alta de US$ 0,31, ou 0,45%, a US$ 68,91 por barril. Mais cedo, o valor de referência internacional chegou a tocar uma máxima de US$ 70,74. O petróleo Brent fechou com alta de 3,6% na sexta-feira, a U$ 68,60 por barril.

Como a Petrobras vem se manifestando? A petroleira publicou na sexta-feira que decidirá “oportunamente” sobre os próximos ajustes.

O que dizem os especialistas? Eles acreditam que ainda não há clareza sobre as potenciais consequências desse ataque na produção de petróleo global e, por isso, acreditam que um reajuste da Petrobras ainda poderá aguardar. 

“A margem está apertada sim”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, pontuando acreditar que a empresa permanecerá acompanhando o mercado, mas sem repassar volatilidades. “Ainda não está consolidada a reação do mercado. Não foi um aumento tão grande das cotações, que poderão ainda subir ou cair… por isso, eu acho que a Petrobras deve aguardar um ou dois dias para fazer seu reajuste.”

Araújo ponderou, entretanto, que se as altas se mantiverem contínuas, a empresa eventualmente terá que elevar preços. Para ele, a petroleira precisa manter sua posição de independência em relação ao governo, para que possa seguir com seu programa de venda de ativos e melhorar sua saúde financeira.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires destacou acreditar que a Petrobras reaja da mesma forma como agiu no último evento de maior relevância no oriente médio, quando instalações da Arábia Saudita foram alvejadas em setembro.

“Eu acho que a Petrobras vai agir da mesma maneira que agiu no caso do ataque feito à Arábia Saudita. Ela está aguardando para ver se a poeira abaixa ou não e, dependendo dessa semana, ela vai tomar uma decisão”, disse Pires.

O especialista ressaltou não acreditar em uma disparada importante de preços, a não ser que eventos extremos aconteçam, uma vez que a demanda global pelo petróleo não está alta e que a produção dos países que não pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se tornou mais relevante nos últimos anos.

Como é a política de preços da Petrobras? A política de preços da Petrobras para gasolina e diesel tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais desses produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias.

No entanto, a empresa tem evitado repassar volatilidades externas ao mercado doméstico, depois que uma greve de caminhoneiros eclodiu no ano passado, em meio à política anterior de ajustes quase que diários nas cotações da petroleira. A Petrobras não revela seus cálculos de paridade de importação.

(Com Reuters)

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