Preço da carne começa a cair nos açougues de SP e deve chegar ao interior

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  • Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 13:29
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:15
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Em média, os valores recuaram 1,78% entre 29 de novembro e 7 de janeiro, de acordo com coletas de preços

O preço da carne, que tanto apavorou o consumidor nas compras antes do Natal, deve dar um alívio no início deste ano.

Em São Paulo, quem tiver tempo e paciência para pesquisar já pode encontrar preços mais simpáticos.

Em média, os valores recuaram 1,78% entre 29 de novembro e 7 de janeiro, de acordo com coletas de preços realizadas em 10 estabelecimentos distribuídos entre as 5 regiões da capital. E a boa notícia é que a redução de preços deve começar a ser vista também no interior do estado, inclusive em Franca.

Supermercados estão com promoções em cortes como contrafilé, picanha e alcatra, e açougues não descartam preços menores a partir da próxima semana. O custo médio do corte de alcatra teve a maior queda (-9,94%), passando de R$ 41,16 para R$ 37,07 no intervalo entre as consultas.

Ronaldo dos Santos, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), diz que está havendo uma acomodação na demanda, mas recomenda expectativas baixas quanto a queda nos preços.

De agosto a novembro, a arroba do boi chegou a subir 50% -na esteira da demanda chinesa gerada pela crise causada pela peste suína no país-, empurrando essa alta para o consumidor.

“O tranco desse aumento foi muito grande”, afirma Santos.
O último IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que mede a inflação na capital paulista, por exemplo, apontou alta média de 21,13% nas carnes.

O índice considera o período de 30 dias encerrados no final da primeira quinzena de dezembro em relação aos 30 dias imediatamente anteriores.
Nove dos dez produtos e serviços com maior alta no IPC são cortes de carne bovina. A maior variação, de 24%, é da fraldinha. A picanha subiu 23,3% e o contrafilé, 23,3%.

Essa escalada dos preços forçou uma redução no consumo de carne que chegou a 30%, segundo o dirigente da Apas.

Com menos consumidores comprando nos supermercados e açougues, as encomendas também caíram na indústria, forçando um novo equilíbrio nos preços.
Na sexta-feira (27), a arroba do boi gordo ficou abaixo de R$ 200 pela primeira vez desde 14 de novembro, fechando a R$ 198,85, segundo o indicador Esalq/B3 -queda de 14,5%.

O pico foi em 29 de novembro: R$ 231,35. O início de 2020, entretanto, deve ser de acomodação.
Santos, da Apas, diz que um aumento de até 7% é considerado rotineiro.

O contrafilé, diz o presidente da Apas, é um balizador importante do comportamento de preços da carne. “Em oferta, uma peça inteira chegou a R$ 35, R$ 33 o quilo, no varejo. Agora, você começa a encontrar oferta por R$ 27 e até por R$ 25, então ele já recuou em função do custo de matéria-prima”, afirma.

Mesmo com uma possível queda na comparação com dezembro, o patamar de preços seguirá mais alto do que era meses atrás.

Entidades da indústria pecuária, como Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que representa 31 empresas do setor, e ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que reúne 140, apostam em avanço nas exportações para a China e preveem alta em outros tipos de carne, como a de frango e a suína.

Em novembro, a inflação oficial teve um aumento de 0,51%, puxada pela alta da carne. O IPCA-15, que é a prévia do índice oficial, ficou em 1,05% em dezembro.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o grupo de alimentos e bebidos acelerou 2,59%, pressionado principalmente pela alta de 17,71% nos preços do produto. As carnes responderam pelo maior impacto individual na prévia da inflação.

*Agência Brasil e Folha UOL


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