Pessoas com diabetes apresentam maior risco para doenças bucais

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  • Publicado em 27 de agosto de 2018 às 19:35
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:58
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Doença pode desencadear uma série de problemas bucais com agravo da saúde como um todo

O ditado “A saúde começa pela boca” deve ser levado ainda mais a sério pelos diabéticos. É que pessoas com diabetes apresentam maior risco para doenças bucais, já que se os níveis de glicose no sangue não forem bem controlados, surgem alterações que irão interferir na resposta imune deste paciente, facilitando principalmente o aparecimento de inflamações na cavidade bucal. “Sem contar que essas inflamações também dificultam a absorção de insulina pelo organismo, podendo causar uma descompensação glicêmica do diabético”, alerta o cirurgião dentista Otacir Afonso, que completa: “isso pode levar o paciente a uma lista de outras complicações associadas com diabetes, tais como doenças renais, doenças cardíacas e acidentes vasculares encefálicos isquêmicos – derrame cerebral”.

Segundo ele, a principal doença bucal relacionada ao diabetes é a doença periodontal – periodontite, que é uma infecção crônica que acomete os tecidos de proteção e sustentação do dente – gengiva, ligamento periodontal e osso. Esse processo inflamatório leva à perda do osso que sustenta o dente na boca e, se não tratado, leva à perda de todos os dentes da boca. Além da periodontite, também são comuns candidíase – infecção causada por fungos que se proliferam na boca, herpes simples e alterações das glândulas salivares – levando à xerostomia ou boca seca que, com isso, pode facilitar a incidência de aftas, úlceras, infecções e cáries.

Além do acompanhamento periódico no dentista, Otacir reforça que todos os cuidados básicos devem ser duplicados pelo diabético para que se evitem complicações em sua saúde, como escovar bem os dentes; usar diariamente e de forma contínua o fio dental; usar enxaguatório bucal, e realizar exames minuciosos com o dentista a cada seis meses. “Procure também não fumar e, se usar dentadura, remova-a e limpe-a diariamente. O controle adequado da glicose do sangue também ajuda a evitar ou aliviar a boca seca causada pelo diabetes”, orienta.

O atendimento

Para que o paciente diabético receba um tratamento adequado, principalmente quando exista uma dificuldade de se manter o controle da doença e compensação da taxa de glicemia, Otacir explica ser de extrema importância que o dentista tenha informações suficientes deste paciente para que haja um tratamento adequado e seguro, evitando assim, baixo, médio ou alto risco de complicação. “As consultas odontológicas devem ser de curta duração e em períodos de menor estresse do paciente”, explica o profissional.

Para ele, também é importante conhecer a dieta e a medicação do diabético, além de saber os horários de sua última refeição, o que facilita saber se a glicemia está controlada ou não no momento da consulta. “Se possível for, é interessante a aferição da glicemia antes de cada atendimento – pacientes com glicemia abaixo de 70 ou acima de 300 não devem passar por atendimento odontológico, já que a descompensação dessa glicose pode dificultar uma cicatrização e assim aumentar os riscos de infecções deste paciente”, alerta Otacir, lembrando que em casos de procedimentos que envolvam sangramento, sugere-se uma profilaxia antibiótica também. “É indicado sempre o uso de anestésicos específicos e o respeito ao limite máximo de doses”, completa.

NO FOCO

Otacir Afonso – cirurgião dentista

CRO/SP 76.069

Telefones (16) 3026-0051, 3706-1006 e WhatsApp: 9.9220-2202

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