Pesquisador cria app que identifica violência contra a mulher pela voz

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 18:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:15
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O nome do app é Helping Everyone to Actively React, que significa “Ajudando todos a reagir ativamente”.

​Lincon Ademir foi testemunha de várias cenas de violência contra a sua mãe dentro de casa durante a sua infância. Essa experiência negativa fez surgir nele o desejo de proteger as mulheres e, para isso, ele está usando o que mais entende: a tecnologia.

“Quando mais novo eu vivia muitas agressões sofridas pela minha mãe, isso me deixava mal por não poder fazer nada por ela, era muito criança, sem poder fazer nada para proteger.

“Após adulto não permito que ninguém toque nela, mas não podia fazer o mesmo por outras mulheres, afinal de contas eu sou apenas um. 

“A partir daí surgiu a ideia de usar Inteligência Artificial para auxiliar a denúncia de forma automática”, disse o gerente de desenvolvimento de softwares.

Nasceu então o aplicativo ‘Hear’, que estará disponível para aparelhos Android em fevereiro deste ano. 

O nome do app é uma sigla para Helping Everyone to Actively React, que significa “Ajudando todos a reagir ativamente”. Em inglês, Hear significa escutar, ouvir, e esse é o objetivo do projeto.

Como funciona o aplicativo

​Depois de instalado no celular, o app capta os sons do ambiente mesmo estando offline e detecta sentimentos de angústia, aflição, gritos e palavras-chave que indiquem agressão.

Se for constatada uma situação de perigo, o aplicativo aciona uma rede de mulheres cadastradas na plataforma que estejam próximas do local para que elas possam chamar as autoridades policiais. 

O ‘Hear’ utiliza a tecnologia de GPS para identificar onde está acontecendo a agressão.

O trabalho é coordenado pela professora Ana Paula Furtado, da Cesar School e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

“Nossa ideia foi usar a tecnologia para atender esse problema social, para evitar que mulheres morram”, disse a doutora em ciência da computação.

Que as vozes das mulheres sejam literalmente ouvidas!


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