Pesquisa mostra que 58% dos brasileiros não têm nenhum investimento

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de setembro de 2018 às 01:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:58
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Apesar de não ser o mais rentável, o brasileiro continua a ter preferência pela caderneta de poupança

Pesquisa da Associação
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra
que 58% dos brasileiros não têm nenhum investimento financeiro. Segundo o
levantamento, dos 42% que têm alguma aplicação, apenas 9% fizeram
algum aporte em 2017. 

A pesquisa revela
ainda que mais da metade dos brasileiros não conhece produtos de investimento.
Em respostas espontâneas, ou seja, sem opções de escolha, apenas 45% da
população disseram conhecer um ou mais tipos de produtos, com destaque para a
poupança, citada por 32%.

“A primeira razão para não fazer investimento financeiro e a
justificativa mais imediata é a de que não sobra nenhum dinheiro. Tem essa
questão objetiva, a gente pode associar isso ao número de desempregados,
pessoas que perderam poder de compra, mas historicamente, se a gente olhar, há
uma cultura de baixa poupança no Brasil mesmo”, destacou a superintendente de
Educação da Anbima, Ana Leoni. “A gente teve períodos de mais abundância
em anos passados, e o recurso extra ia para o consumo, e não para o
investimento. É importante que as pessoas invertam essa ordem. O que tem que
ser primeiro é o investimento e as contas, e essas contas têm que estar dentro
do seu padrão de ganho, e gastar o que sobrar, e não investir o que sobrar”,
acrescentou Ana.

Imóvel
próprio

A compra ou a quitação do imóvel próprio é o principal objetivo
do retorno das aplicações financeiras do investidor brasileiro.
De acordo com o levantamento da Anbima, 31% dos investidores pretendem comprar
ou quitar parcelas de imóvel ou terreno; 15%, guardar para emergências; 11%,
comprar carro, motocicleta ou caminhão; 10%, fazer uma viagem; 7%, investir em
negócio próprio; 6%, investir em estudos; 6%, deixar para os filhos ou investir
no futuro deles; 6%, construir ou reformar a casa; 5%, usar na velhice ou
aposentadoria; e 5%, manter o valor do dinheiro e ir usando quando precisar.

Apesar de não ser o investimento que mais rende, o brasileiro
continua a ter preferência pela caderneta de poupança. Os investimentos em
títulos públicos somam 3%; em títulos privados, 4%; em fundos de investimento,
5%; em previdência privada, 6%; e na poupança, 89%.

“A intenção primeira não é o retorno – 54% das pessoas que
investem declaram fazer o investimento por segurança financeira e possibilidade
de juntar uma reserva. Isso está muito associado ao guardar, a deixar em alguma
lugar longe do impulso, inacessível para que eu não acione o meu impulso de
gastar aquele dinheiro”, ressaltou Ana Leoni. “A poupança é [investimento]
antigo, tradicional, muito conhecido; os outros produtos têm elementos mais
sofisticados de compreensão.”


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