Pesquisa mostra evasão de 30% em cursos superiores privados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de setembro de 2018 às 23:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:02
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Nos cursos de educação a distância (EaD), o índice chegou a 36,6% na rede privada e a 30,4% na pública

A 8ª edição do Mapa
do Ensino Superior, publicada na última quinta-feira, 27 de setembro, mostra
que a evasão dos cursos do ensino superior no país atingiu 30,1% na rede
privada e 18,5% na rede pública. Nos cursos de educação a distância (EaD), o
índice chegou a 36,6% na rede privada e a 30,4% na pública. 

Os dados levam em conta o ano de 2016 e foram divulgados hoje
pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino
Superior no Estado de São Paulo (Semesp), no 20º Fórum do Ensino Superior
Particular Brasileiro, realizado na capital paulista. 

De acordo com o levantamento, a evasão em 2015 foi de 28,6% na
rede privada; e 18,4%, na pública. Nos cursos EaD, 34,2% na privada e 28,7% na
pública. 

O mapa detalha também a evolução do Programa de Financiamento
Estudantil do Governo Federal (Fies). De 2010 a 2014, o número de contratos
firmados pelo Fies cresceu 864% (eram 76 mil contratos em 2010 e passaram a 733
mil). Do final de 2014 até 2017, os contratos firmados caíram 77%, chegando a
287 mil em 2015, 204 mil em 2016 e 168 mil 2017. No primeiro semestre deste
ano, foram ofertadas 80 mil vagas.

De acordo com a pesquisa, nos cursos presenciais, a maioria dos
alunos matriculados (53,4%) está na faixa etária de 19 a 24 anos; na rede
pública, o percentual é de 57,9%; na rede privada, de 51,6%. A média geral é de
22 anos nos cursos presenciais. 

Já nos cursos EaD, a média geral é de 30 anos. Nos cursos a
distância na rede privada, o maior número (57%) encontra-se na faixa etária de
25 a 39 anos. Já na rede pública, 57,8% dos alunos está na faixa etária de 25 a
39 anos. “O Brasil está perpetuando as gerações sem acesso ao ensino superior.
Considerando a faixa etária do aluno do presencial e do EAD, aliada ao baixo
crescimento e à estagnação dos cursos presenciais, é possível afirmar que o
Brasil não está conseguindo ampliar o ingresso do jovem ao ensino superior. As
principais razões são política de financiamento estudantil ineficiente,
dificuldades de acesso ao ensino público e falta de motivação dos jovens”,
afirmou o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

O Mapa do Ensino
Superior mostra ainda que a taxa de escolarização líquida, que estima o
percentual de jovens de 18 a 24 anos que estão matriculados no ensino superior,
em relação ao total da população nessa mesma faixa etária, era de 18,5% em
2016. No total, havia 8,05 milhões de alunos matriculados no ensino
superior em 2016. Destes, 6,06 milhões em cursos presenciais (75%) e 1,99
milhão em cursos EaD (25%).

Em comparação a
2015, o setor cresceu apenas 0,2%: uma leve queda de 0,3% na rede de ensino
privada e um pequeno acréscimo de 1,9%, na rede pública. “Historicamente,
os jovens foram excluídos por anos do ensino superior. E ainda hoje a taxa
líquida de escolarização no Brasil, entre os jovens de 18 a 24 anos, é de
apenas 18%, bem abaixo da média mundial, e muito distante da meta 12 do Plano
Nacional da Educação, que prevê ampliar para 33% o número de jovens no ensino
superior até 2024”, disse Capelato.


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