Pesquisa com micro e pequenas indústrias aponta aumento do desemprego

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  • Publicado em 27 de junho de 2019 às 21:35
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:38
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Taxa de demissões na categoria é a maior desde setembro de 2018 e cenário tem gerado insegurança

A 75ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) ao Datafolha, aponta que após três meses consolidado em um patamar entre 100 e 102 pontos, o Índice de Contratação e Demissão das MPI’s do Estado de São Paulo que mede o fluxo de emprego de 100 a 200 pontos, voltou a cair e ficou abaixo de 100 pontos, estabelecendo-se em 95 pontos. Vale ressaltar que quanto mais próximo da pontuação máxima, menos são as demissões.

A pesquisa mostra que o percentual de empresas que abriram vagas no mês de maio está em 13%, voltando a ficar abaixo de empresas que demitiram (18%), registrando um cenário de piora após meses de estabilidade.

Resultados Acendem Sinal Amarelo

A rodada 75 da pesquisa Simpi/Datafolha aponta, ainda, que os resultados de maio retornaram aos mesmos índices registrados no período pré-eleitoral (setembro de 2018), quando apenas 32% das MPI’s acreditavam em melhora na situação econômica do Brasil. Em janeiro deste ano, com a posse do atual Governo, o índice atingiu seu melhor resultado na série histórica (78%). Porém, a atual pesquisa aponta que apenas 38% estão otimistas com a retomada da economia. Além disso, o indicador que mede o nível de inadimplência voltou a subir: em maio, 44% dos empresários relataram falta de algum pagamento no mês anterior, 34% em abril.

A pesquisa também mostra que recuou o índice dos que preveem o fim rápido dos efeitos da crise econômica: em maio, 64% dos empresários afirmaram que a crise ainda é forte, afeta muito os negócios, e não dá para prever quando a economia voltará a crescer, no mês de abril, o estudo apontava 41%, ou seja, aumento de 23%.

Para o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) Joseph Couri, as altas taxas de demissões acabam refletindo no aumento das inadimplências, pois com o impacto da crise econômica as demandas de trabalho diminuem e o empresário acaba ficando sem dinheiro para pagar colaboradores, fornecedores, impostos, energia elétrica, insumos, matéria-prima, mão de obra, entre outros. “Nós estamos com alerta de sinal amarelo ligado em relação ao crescimento do desemprego no país, e isso gera consequências como a inadimplência e a falta de expectativa do crescimento da economia. Devido ao atual cenário econômico, a micro e pequena indústria está se sentindo insegura, sem dinheiro para pagar suas dividas”, explica Couri.

A Pesquisa

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo.

A íntegra das 73 pesquisas Simpi/Datafolha, desde março de 2013, está disponível no site da entidade (www.simpi.org.br).


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