Passos e S. S. do Paraíso têm mais casos de Doença de Chagas no Sul de MG

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de outubro de 2017 às 17:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:22
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Segundo levantamento, são quase mil casos nos dois municípios; estudo busca tratamento melhor

M​inas Gerais é o estado com mais pessoas com doença de Chagas em todo o Brasil, segundo o Ministério da Saúde. E no Sul de Minas, a maioria dos casos está concentrada em Passos e São Sebastião do Paraíso.

A doença de Chagas é transmitida pelas fezes do barbeiro e detectada por exame de sangue. Na fase aguda, quando a pessoa é infectada, o sangue fica cheio do protozoário causador da doença. Depois ele migra para os órgãos, coração, sistema digestivo, o baço, fígado, entre outros. Depois vem a fase crônica da doença, quando o paciente pode não apresentar nenhum sintoma. Esse ciclo demora entre dois meses a um ano.

Dos 31.756 casos de MG, 737 foram registrados em Passos e 259 em São Sebastião do Paraíso. Foi um baque para o aposentado Severino Fernandes Morais quando foi diagnosticado com a doença de Chagas. Para amenizar a doença, ele colocou um marca passo em 2014. Aos 70 anos, precisou ir até o Triângulo Mineiro fazer a cirurgia.

“Muito ruim. Mas graças a Deus, eu já melhorei 100% em vista do que eu andava. Eu estava muito ruim, sentia muito cansaço, falta de ar. Algumas vezes chegava a desmaiar na rua”, conta.

Doença de Chagas (Foto: Reprodução EPTV)

O médico Ricardo Alckmin Teixeira é responsável no Sul de Minas por um estudo inédito no país para a doença. A pesquisa pretende apresentar um novo método, mais eficaz de tratamento. O estudo é coordenado pelo Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, e tem o apoio do Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre.

“O que a gente sabe é que o tratamento com medicamentos pode não ser o suficiente para evitar a morte súbita. Então esse estudo tem o objetivo de analisar se a gente utilizar esse tipo de marca-passo, que chama desfibrilador implantável, preventivamente em pacientes que nunca tiveram risco de vida, se a gente consegue fazer com que esse paciente viva mais apesar do risco de ter distúrbios elétricos, que são as arritmias”, explica.

E para concluir os estudos, eles estão procurando 1,1 mil pacientes diagnosticados com Chagas, pessoas entre 18 e 75 anos de idade. O recrutamento acontece em todo o país, inclusive no Sul de Minas.

“A simples informação que esse estudo vai trazer vai ser única no mundo. Não existe nenhum estudo que tenha comprovado o benefício ou não deste tipo de abordagem. Então sem dúvida nenhuma vai ser de grande impacto mundial. É um estudo que tem uma expectativa muito grande na sociedade médica, dos seus resultados. Evidentemente que vai demorar um pouco até a gente analisar todos os resultados, mas vai ser de grande impacto. E para o Brasil, sem dúvida nenhum, é uma informação imprescindível”, completa o médico.

(Com informações do G1)


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