Passar muito tempo sentado pode atrofiar o cérebro e a memória

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de abril de 2018 às 13:09
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Pesquisadores descobrem que sedentarismo impacta diretamente o lobo temporal e suas estruturas

Passar longos
períodos sentados durante a sua vida está ligado à atrofia cerebral,
principalmente na terceira idade, confirma pesquisa.

Por meio de testes com a ressonância magnética,
pesquisadores descobriram que o sedentarismo impacta diretamente no afinamento
do lobo temporal medial (MTL) e suas subestruturas. Essa região do cérebro é
responsável por diversas funções, como a memória a longo prazo e a percepção
auditiva, por exemplo.

Em contrapartida, a pesquisa demonstra que a
atividade física, mesmo que em níveis elevados, não compensa os efeitos nocivos
de ficar sentado por períodos prolongados. Por isso, é preciso um trabalho de
prevenção. “Acredita-se que a atrofia e os processos antineoplásicos
associados ao declínio cognitivo começam no lobo temporal medial. A formação do
hipocampo e suas estruturas circundantes, especificamente, são essenciais para
a função da memória”, explica Prabha Siddarth, pesquisador do Instituto
Semel de Neurociência e Comportamento Humano da Universidade da Califórnia, em
Los Angeles (UCLA), em entrevista à revista acadêmica Medscape Medicals News.

O que a pesquisa
trouxe de novidade é a descoberta de que ficar sentado por longos períodos
reduz a espessura dessas importantes estruturas cerebrais. Isso sugere que
combater o sedentarismo é importante não só para a sua saúde física, como também
mental, principalmente na vida adulta e para idosos. “A gente constuma
dizer que ‘sentar é o novo fumar’ em relação à saúde geral”, explica David
A Merrill, professor de Psiquiatria Geriátrica da UCLA.

Uma pesquisa realizada
pela Britsh Hearth Foundation e pelo grupo Get Britain Standing, em 2015,
identificou que 45% das mulheres e 37% dos homens ficam de pé menos de 30
minutos por dia enquanto estão no escritório.

Para os médicos, estudos como esses servem para
incentivar hábitos saudáveis não só em casa, mas também no trabalho, que
motivem cada vez mais o cuidado físico e mental das pessoas.


+ Saúde