Paralisação provocou quase 50% de ociosidade na indústria de calçados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de maio de 2018 às 09:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
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Mais de 49% 49% da força da indústria calçadista encontra-se ociosa em razão do desabastecimento

​Corroborando as manifestações da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), das Federações Estaduais e de diversas associações setoriais, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) manifesta sua preocupação com os desdobramentos e consequências da greve no abastecimento de matérias-primas e insumos necessários à produção e, em consequência, com as perdas decorrentes da descontinuidade na atividade, da dispensa de pessoal, além da impossibilidade de embarque de produtos prontos aos mercados.

Em levantamento feito entre as principais empresas produtoras, correspondendo a aproximadamente 70% da produção anual do setor, constatou-se que 49% da força de trabalho da indústria calçadista encontra-se ociosa em razão do desabastecimento e que, na outra ponta, cerca de 32% dos embarques de calçados prontos correspondendo a um mês de atividades encontram-se em depósito nas fábricas, aguardando condições de tráfego para encaminhamento aos compradores.

Ainda mais, caso o abastecimento de insumos não se normalize, 84% das empresas serão obrigadas a suspender as atividades de manufatura no dia 1º de junho, sexta-feira próxima.

Finalmente, caso a situação não se regularize até o início da semana próxima, praticamente todas as fábricas serão atingidas. 

Atualmente o Brasil possui 2,5 mil indústrias de calçados – e mais de 5 mil empresas prestadoras de serviços, que dependem diretamente da atividade, com uma força de trabalho de em torno de 300 mil pessoas. Em caso da não reversão rápida da situação, o impacto atingirá a mais de 230 mil trabalhadores no curtíssimo prazo.

Os prejuízos são incalculáveis e atingem a sociedade: trabalhadores, empresas e governos. Cabe, pois, urgentemente, um posicionamento de todos para retornar a normalidade, para que cada segmento, com desprendimento, cumpra com sua parte em benefício do todo. 

Assim, as rodovias devem ser desimpedidas, os bens ter livre circulação, as empresas operar normalmente e os governos buscar os mecanismos de compensação necessários, sem onerar a já combalida competitividade da economia.

É absolutamente inaceitável o aproveitamento da situação para fins espúrios, seja de caráter pessoal, empresarial ou político. O Estado dispõe de mecanismos para o restabelecimento da ordem e é preciso que se implementem as ações necessárias e eficazes para tanto.


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