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Levantamento do Ibope aponta que 73% das mulheres com mais de 60 anos tiveram medo da Covid
Um levantamento do Ibope Inteligência, a pedido da farmacêutica Pfizer, revela que 62% das mulheres não foram realizar exames de detecção de câncer de mama este ano devido à pandemia. As mulheres com mais de 60 anos foram as mais afetadas, 73% delas disseram não ir ao médico ginecologista ou mastologista por medo da Covid-19.
Entre as mulheres de 30 a 39 anos, 59% disseram estar aguardando a pandemia passar para ir ao médico, a menor taxa entre as entrevistadas. Dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) revelam que a principal reclamação das pacientes atendidas desde o início da pandemia foi o cancelamento de consultas.
Em Valparaíso de Goiás, a dona de casa Maria Aparecida de Sousa conta que contraiu a Covid-19 após uma consulta com cardiologista no SUS. Ela conta que teve os compromissos no sistema de saúde público cancelados e após a remarcação, ficou com receio de ser infectada novamente.
Maria Aparecida de Sousa, dona de casa: “Fui para a consulta e duas semanas depois comecei a sentir os sintomas. Fiz o exame e deu positivo. Foi a época que tinham mais cuidados com os pacientes, cancelaram consultas e exames. Psicólogo e psiquiatra só por vídeo chamada e buscar receita é com o maior cuidado.”LOC.: Em números gerais as cirurgias de câncer no Brasil reduziram em 70% os procedimentos entre março e maio, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) – redução de 116 mil cirurgias.
Os dados se estendem a outras áreas da medicina atendidas pelo SUS. As doenças cardíacas tiveram 70% das cirurgias canceladas em abril. Em relação a doenças renais, que provocam 35 mil mortes por ano, as cirurgias caíram 70% e os exames encolheram entre 50% e 80%, dependendo da região do país, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Para Maira Caleffi, mastologista e presidente voluntária da FEMAMA, os efeitos da pandemia no cancelamento de procedimentos no SUS serão sentidos a médio e longo prazo.