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Atualmente, esse segmento importa mais da metade do trigo necessário a atender a demanda interna
A alta de quase 6% na cotação do dólar em novembro deve afetar diversos setores da indústria e do comércio brasileiro.
Se o patamar acima de R$ 4,20 da moeda americana persistir – na sexta-feira (29), o dólar fechou a R$ 4,24 -, o consumidor sentirá primeiro por meio de setores mais dependentes de insumos importados e nos quais o giro é maior.
Um deles é o setor de massas, pães, bolos industrializados e biscoitos. Hoje, esse segmento importa mais da metade do trigo necessário a atender a demanda interna.
O produto vem de países do Mercosul, especialmente da Argentina,
e também do Canadá e dos Estados Unidos. O preço da farinha de trigo
corresponde a mais da metade do custo na maioria dos produtos.
Nas massas alimentícias,
corresponde a 70%; vai a 60% no caso de pães e bolos industrializados.
O
presidente-executivo da Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de
Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), Cláudio
Zanão, afirma, em nota, que o aumento na cotação não tem como ser totalmente
absorvido pela indústria.
“De
todo modo, este repasse tende a ser gradual, pois não há espaço para elevar os
preços de uma só vez para o consumidor final. Além disso, as indústrias estão
com estoque (de dois a três meses, dependendo de cada fabricante) de trigo e
produto acabado”, diz.
Segundo
Joelson Sampaio, coordenador do curso de economia da FGV (Fundação Getúlio
Vargas), a alta do dólar deve pesar no bolso dos brasileiros apenas em
2020.
“Além
de produtos importados, a alta do dólar impacta os insumos importados de
produtos brasileiros. O efeito, neste caso, é mais demorado, pois, geralmente,
há um estoque maior de insumos e para se ter efeito na ponta é
preciso queimar estoque, o que deve levar mais de um mês”, diz Sampaio.
Não
é só o preço do dólar que impacta o custo dos produtos. A demanda, a
concorrência e a margem também contam. As empresas, provavelmente, vão
reduzir a margem e não repassar esse aumento, pois correm o risco de não
vender se repassarem.
“Até no trigo o repasse não deve ser integral. A economia
não está bombando. Se estivesse, passariam até mais que o aumento do
dólar”, afirma Sampaio, da FGV.
Segundo o boletim Focus do Banco
Central, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2019 deve
ser de 0,99%, abaixo do registrado em 2017 e 2018, que tiveram crescimento de
1,3% e 1,1%, respectivamente. repassar esse aumento, pois correm o risco de não vender se
repassarem.
DÓLAR SOBE QUASE 6% EM
NOVEMBRO
A
cotação do dólar encerrou última semana de novembro com alta acumulada de 1%, a
R$ 4,24. No mês, a valorização da moeda é de 5,66%, segunda maior alta mensal
do ano, atrás de agosto, quando a cotação disparou 8,5%.
No mês, foram quatro semanas de alta do dólar, marcadas por protestos na América Latina, indefinição quanto a um acordo comercial entre China e Estados Unidos, saída de Lula da prisão em Curitiba e de Jair Bolsonaro do PSL.
O que mais pressionou o real, no entanto, foi o fracasso da cessão onerosa. Apenas Petrobras, em parceria com estatais chinesas, arrematou áreas do pré-sal sem concorrência e com lances mínimos.
A expectativa de investidores, no entanto, era de grande participação estrangeira, com forte entrada de dólares no país, o que derrubaria a cotação.
Dentre emergentes, o real foi a segunda moeda que mais se desvalorizou no mês, atrás apenas do peso chileno, que despencou 8,6% em decorrência dos protestos no país.Veja o quanto os investimentos renderam em novembro:
Poupança nova (Depósitos a partir de 4/5/2012)
Rendimento de 0,3153% no mês.
Poupança antiga (Depósitos até 3/5/2012)
Rendimento de 0,5% no mês.
Ibovespa: Alta de 0,7% no mês
Dólar: Alta de 5,66% no mês.
Ouro: Alta de 2,4% no mês.