Olhos lacrimejando sem parar pode ser sinal de conjuntivite alérgica

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de dezembro de 2018 às 19:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:15
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Problema pode ser causado pela obstrução dos dutos lacrimais, mas alergias também apresentam o quadro

Lacrimejar
sem chorar é uma queixa relativamente comum nos consultórios de oftalmologia.

Epífora é o nome que se
dá quando os olhos espontaneamente vertem lágrimas que ficam escorrendo no
canto dos olhos sem qualquer explicação aparente e não têm nada a ver com
choro. Ao invés de todas as lágrimas serem drenadas para o sistema
nasolacrimal, há algum bloqueio que induz a lágrima a escorrer pelo rosto.

De acordo com o
oftalmologista Renato Neves, todos precisamos de lágrimas para lubrificar a
superfície ocular – o que contribui para manter a saúde dos olhos e a clareza
da visão. “Esse lacrimejamento espontâneo pode ser tratado com sucesso na
maioria dos casos. Mas é preciso identificar a causa, que tanto pode ser o
bloqueio de um ducto lacrimal, quanto uma excessiva produção de lágrimas”.

De acordo com o especialista, como os
recém-nascidos geralmente não têm ductos lacrimais plenamente desenvolvidos, o
diagnóstico de epífora é muito comum antes de o bebê atingir um ano de idade.
Neste caso, o problema costuma desaparecer nas primeiras semanas de vida. “Em
adultos, é mais comum encontrarmos ductos bloqueados ou muito estreitos. Além
do lacrimejamento espontâneo, e às vezes excessivo, o paciente fica mais
suscetível a infecções oculares”.

Mas há também irritações que podem
aumentar a produção de lágrima, como uma tentativa de o corpo lavar e se livrar
do que o está incomodando. “A conjuntivite alérgica ou infecciosa costuma
aumentar a produção de filme lacrimal durante a fase crítica da doença. O mesmo
ocorre quando a pessoa leva alguma bolada ou pancada no olho, e até mesmo
quando entra em contato com químicos, fumaça ou cebolas – que são altamente
irritantes por conta do gás liberado na hora em que se corta o alimento. Outra
causa comum é a fotofobia (reação à claridade excessiva) e o crescimento de
cílios no sentido oposto ao que deveria crescer, ou seja, eles nascem para
dentro e acabam irritando os olhos, favorecendo o lacrimejamento”.

Neves afirma que há várias outras
causas a serem investigadas, como ceratite (infecção da córnea), úlcera,
terçol, e até mesmo o uso de certos medicamentos que favorecem a síndrome do
olho seco. “A síndrome do olho seco provoca vários tipos de desconforto, desde
uma leve irritação, até coceira em excesso, sensação de queimação e dor. Essas
alterações também podem estimular a produção de lágrima, fazendo com que o
paciente se queixe de lacrimejamento excessivo. Sendo assim, a primeira medida
é avaliar cuidadosamente o olho do paciente, a fim de checar se o
lacrimejamento ocorre em apenas um olho, se está associado a uma lesão,
infecção, acidente, ou a qualquer outro fator. Com o diagnóstico em mãos, o
oftalmologista pode dar sequência ao tratamento, que pode incluir a
desobstrução do ducto lacrimal ou até mesmo a criação de um novo canal
nasolacrimal”.


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