Obesidade: O melhor remédio é a prevenção

  • Nutrição em Prática
  • Publicado em 2 de abril de 2018 às 16:03
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:25
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Obesidade é uma doença crônica, apontada pela Organização Mundial de Saúde, como um dos maiores problemas de saúde pública, com uma projeção para 2025 de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões de obesos.

No Brasil este fato não é diferente, pois a obesidade também se mostra em número crescente. Há levantamentos que apontam que mais de 50% da população está com sobrepeso ou obesidade.

A obesidade pode reduzir a qualidade de vida das pessoas além de trazer doenças como diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, asma, gordura no fígado, problemas articulares e até alguns tipos de câncer.

A obesidade tem etiologia multifatorial determinada pelo desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético, assim como pode ser resultante de fatores genéticos, fisiopatológicos, ambientais, comportamentais, sociais e culturais.

A principal causa deste crescimento da obesidade se atribui a vida moderna marcada pela redução da atividade física aliada a uma enorme oferta de alimentos processados, industrializados, semiprontos, cheios de aditivos químicos e propriedades inflamatórias, baratos, saborosos, normalmente vendidos em porções exageradas, ricos em calorias vazias, ou seja, alimentos que têm muitas calorias, porém são pobres em nutrientes importantes ao organismo.

Medidas para prevenir a obesidade:

A prática de atividade física é fundamental e um educador físico pode auxiliar e muito com orientações individualizadas. Entretanto, qualquer pessoa, por si própria, pode adotar hábitos como reduzir o tempo de ficar sentada em frente ao computador ou a televisão, subir escadas e andar a pé sempre que possível, além de fazer caminhadas regularmente.

Dormir bem e o suficiente para cada um individualmente, também é algo importante, pois durante o sono é liberado o hormônio de crescimento que melhora a massa muscular e auxilia na redução de gordura corporal. 

É importante pensar que hábitos saudáveis devem ser para a vida toda e por isso não devem ter dia marcado para iniciar, nem tão pouco para interromper. Assim como não se deve pensar em dietas muito restritivas, não sustentáveis e não adequadas individualmente.

Um plano alimentar adequado e flexível, que tenha como objetivo bons hábitos alimentares e quando necessário uma reeducação alimentar pertinente. Não só as calorias devem ser levadas em conta, mas também a qualidade e procedência dos alimentos, as preferências alimentares de cada indivíduo, o aspecto financeiro e o estilo de vida. O que determina o sucesso de uma boa alimentação e uma vida mais saudável é a constância dos bons hábitos.

Diariamente a nossa alimentação deve ter 70 a 80% de alimentos in natura. Um pouco do processamento de alimentos nos auxilia muito, como é o caso de cereais que compramos em pacotinho no supermercado como feijão, ervilha, arroz integral, farinha de mandioca e etc. Também as carnes vendidas cruas e sem tempero facilitam o nosso dia a dia. O problema é que com o desenvolvimento industrial e a grande saída das pessoas para o mercado de trabalho e a necessidade de praticidade, a indústria alimentícia expandiu-se tanto que chegou a modificar o hábito alimentar das pessoas. Surgiu uma imensa oferta de alimentos processados, que por um lado podem facilitar a vida, mas por outro lado podem nos adoecer.

Alternativas alimentares:

  • Evitar o consumo de carnes gordurosas, frituras e embutidos em geral, leite gorduroso e seus derivados.
  • Utilizar carboidratos ricos em fibras e que forneçam energia lentamente ao organismo, ou seja, os que tenham menor índice glicêmico, como raízes e cereais integrais em pequenas quantidades.

Incluir vegetais (verduras e legumes) nas principais refeições.

Incluir frutas in natura no dia a dia, mas de forma moderada e evitar o consumo de sucos concentrados e/ou adoçados.

Evitar ao máximo os alimentos industrializados e principalmente os ultraprocessados, pois normalmente eles contêm muitas gorduras, muitos açúcares, muitos aditivos químicos e pouquíssimos nutrientes importantes para a nossa saúde.

Evitar o consumo de carboidratos refinados presentes em bolos, doces e refrigerantes, assim como o consumo de bebida alcoólica.

Alimentos que devemos ingerir:

Alimentos que devem fazer parte do nosso dia a dia devido à sua ação antioxidante e anti-inflamatória são: azeite de oliva extravigem com acidez menor do que 0,5%, abacate, romã e outras frutas vermelhas, peixes como sardinha, atum, salmão (ricas fontes de ômega 3), cereais integrais, hortaliças e frutas (ricas em fibras, fitoquímicos, vitaminas e minerais), sementes ricas em gorduras de boa qualidade (castanhas, nozes, linhaça, chia, sementes de girassol e de abóbora), gengibre, pimenta vermelha, açafrão, colorau e ervas em geral.

Um nutricionista poderá auxiliar com ajustes individuais na alimentação tanto da pessoa obesa quanto poderá auxiliar na prevenção, até porque a prevenção ainda é o melhor remédio.

*Esta coluna é semanal e atualizada às segundas-feiras


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