O momento requer serenidade e equilíbrio, diz Paulo Skaf a empresários

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  • Publicado em 23 de maio de 2019 às 11:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:34
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Presidente da Fiesp/Ciesp ressalta a necessidade do diálogo para a retomada do crescimento econômico

O auditório do Ciesp Sorocaba foi o palco do terceiro Diálogo pelo Brasil, realizado na manhã desta quarta-feira (22/5). O presidente da Fiesp/Ciesp, Paulo Skaf, pediu paciência aos empresários e afirmou sua confiança na aprovação das reformas da Previdência e Tributária.

“A exemplo da reforma Trabalhista, que proporcionou a modernização das relações entre empresas e trabalhadores e beneficiou o país, a [reforma] da Previdência vai ser aprovada e trazer benefícios para toda a sociedade. Algumas pessoas me perguntam se essas medidas vão gerar emprego. Hoje, o déficit primário é enorme e atrapalha a economia. Se as reformas saírem do papel, se houver a diminuição da burocracia e o ajuste das contas públicas, haverá condições para retomar o desenvolvimento, com a geração de empregos e crescimento econômico”.

Contudo, Skaf enfatizou a necessidade de fazer as mudanças necessárias. “Tem de ser uma reforma de verdade, que gere a economia esperada, não uma tapeação”. E defendeu a importância de se manter o foco nos objetivos. “De um lado tem gente com grande expectativa em relação ao novo governo. Do outro, os que enxergam tudo com pessimismo. Mas o extremismo de opiniões não é bom para ninguém. É hora de equilíbrio. É hora de serenidade. É hora de focar em nossas prioridades”.

Durante o encontro, que teve a interação constante com o público, o presidente entrou em outras pautas importantes para o Brasil. “Precisamos superar a discussão sobre a Previdência e a modernização do sistema tributário”. Para ele, a rapidez na aprovação das reformas é vital para sair dessa agenda, que já é antiga, para avançar sobre outros temas importantes para o país. “A questão da educação, por exemplo, é gravíssima. Temos de melhorar, e muito, a qualidade de nossas escolas, onde os professores têm sido desrespeitados, onde os alunos não estão aprendendo. E como o aluno vai aprender em um ambiente que muitas vezes está sujo, indisciplinado?”

A despeito das dificuldades de entendimento entre governo e congresso, o presidente da Fiesp/Ciesp vê com naturalidade esse momento inicial. “A poeira vai assentar. Todos os poderes têm autonomia, são independentes e devem ser respeitados. Em uma democracia é assim mesmo”, observou.

Mas cobrou atitude diferente do estado no que se refere ao seu papel. “A máquina do governo está enferrujada e precisa se modernizar. O estado precisa simplificar a vida de quem quer produzir e trabalhar, precisa acabar com a burocracia. Não pode atrapalhar o cidadão, deve zelar e cuidar da nação”. Ele também teceu elogios à classe empresarial e destacou a sua contribuição para o Brasil, por “cuidar de seus negócios, gerar empregos, pagar impostos, exportar bens e serviços e investir em desenvolvimento e novas tecnologias. O que falta é ambiente mais favorável de negócios, o que passa pelas reformas e pelo ajuste fiscal do governo”, pontuou.

Assim como nos encontros anteriores, realizados em Jundiaí e em Guarulhos, Paulo Skaf criticou os juros bancários e defendeu o livre mercado para todos os setores. “Não somos contra o lucro, mas o mercado precisa ter concorrência. E isso vale não somente para os bancos, em que a concorrência ainda está restrita a poucos grupos, mas para outros setores, como o de petróleo e gás, em que temos claramente um monopólio estatal”.

Apesar do momento difícil, Skaf se diz otimista e com esperança na resolução dos temas importantes para o país. “Temos problemas sérios, mas que não são intransponíveis. Precisamos acertar o passo. O Brasil tem potencial enorme”.


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