Nutrição comportamental promete mudar nossa relação com comida

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 19:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:23
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A metodologia tem como objetivo rever a relação com a comida e criar hábitos saudáveis

Você já ouviu falar sobre nutrição
comportamental? Pois bem, talvez você possa se interessar muito por saber o
que significa olhar para a alimentação com um outro olhar.

Se você nunca ouviu falar sobre o
termo, calma, nós explicamos o que ele significa: “A sua principal missão
é ampliar a visão do nutricionista para um atendimento mais humano na
compreensão do porquê e como se come, não apenas no o que se come”,
explica Cynthia Antonaccio, sócia e idealizadora do Instituto Nutrição
Comportamental.

Ou seja, mais do que pensar em uma
dieta do momento, essa é uma abordagem que entende o ato de comer sob um
aspecto biopsicosociocultural e não apenas biológico, medindo nutrientes e seus
benefícios.

Ele leva em consideração as emoções
de quem come e o seu convívio social. “Só conseguimos mudar hábitos
mudando comportamentos e para mudar comportamentos temos de levar em conta
nossas crenças, pensamentos, sentimentos, e então nossas ações, que acontecem
em decorrência do que sentimos e pensamos”, diz ela.

Nutrição comportamental é saber ouvir o corpo

Segundo a nutróloga Ana Luisa
Villela, a ideia da nutrição comportamental é aproximar a comida do nosso dia a
dia, não vendo os alimentos só como fator nutricional.

Isso quer dizer que adotar a
metodologia de nutrição comportamental não significa tirar alimentos da dieta ou
mudar as quantidades que você ingere durante o dia, mas rever os seus hábitos
para mudar a relação que você tem com os alimentos.

“É uma abordagem que tem como
premissa a não prescrição e rejeita a mentalidade de dieta. Tem como foco o
comer com atenção plena (mindful eating), o comer sem julgamento e a conexão
com a comida e o contexto nela envolvido. Entende e respeita nossa intuição ao
comer, levando as pessoas a respeitar sua fome, conectar-se com estas
sensações, conhecendo melhor seu corpo, tornando-se especialistas de si mesmo.
Na realidade é um resgate do comer intuitivo que temos ao nascer e que aos
poucos vamos perdendo com tantas dietas, modas, e mídias”, explica
Cynthia.

Por isso mesmo, esse atendimento é
individual e personalizado, e não necessariamente o que funciona para uma
pessoa vai funcionar para a outra.

O primeiro passo para quem quer
adotar esse tipo metodologia é buscar um profissional que esteja alinhado com
as suas ideias para encontrar uma forma didática e prática de promover a
melhora nutricional. “Toda mudança é válida, mudar para melhorar hábitos
de vida, acrescentar alimentos novos e ter mais consciência do que devemos e
podemos comer, sem desperdício, de uma maneira que seja lógica na nossa vida,
isso faz parte do nosso aprendizado. O importante quando decidimos entrar num
controle alimentar é ter total consciência dos nossos fins, para que estamos
fazendo isso, o que vamos ganhar com isso. Temos que ter esses objetivos bem
claros para que o processo dê certo”, complementa Ana.

A ideia é reconectar

Mais do que pensar no que você vai ou
não vai comer, a nutrição comportamental vai incentivar um reolhar: tanto para
o seu próprio prato, quanto a forma e o motivo pelo qual você se alimenta.

A longo prazo, a ideia é fazer uma
reconexão com o ato de comer, transformando-o em algo que você faz com respeito
e prazer, prestando atenção em cada garfada e usufruindo de cada momento à mesa
sabendo que isso terá um efeito positivo na sua saúde.

Aqui, mais do que contar calorias, o
objetivo é mudar hábitos e adotar um estilo de vida de forma que essas mudanças
sejam permanentes e duradouras, realmente efetivas, e que transformem o jeito
com que você encara o ato de comer.


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